Depois de torrar 200 bilhões de dólares para sediar o torneio, ganhar respeito e exercer influência, o Catar só ganha propaganda negativa
Governos buscam exercer influência sobre outros países de duas maneiras, diz a Crusoé.
“Podem usar seu poder bélico ou econômico, o hard power. Quando a Rússia de Vladimir Putin invade a Geórgia ou a Ucrânia está, no fundo, forçando essas nações menores a se dobrar aos seus próprios interesses. A outra maneira é pelo soft power, quando um país convence os outros a agir de acordo com os seus desejos apenas investindo na própria imagem, propagandeando seus valores e adotando políticas inteligentes.”“Praticar o soft power foi provavelmente um dos motivos que levou o pequeno Catar a conquistar — ou melhor, comprar — o direito de sediar esta Copa do Mundo da Fifa. O noticiário dos últimos dias, contudo, não podia ser pior. O país árabe só foi lembrado pela falta de liberdade de imprensa, pelos escravos que trabalharam na construção dos estádios, pela repressão à população LGBT e pela proibição do consumo de cerveja nos estádios.”
O Antagonista