NA ACIAP
Hospitais filantrópicos podem fechar ou reduzir atendimento ao SUS, diz Arrais

Publicado em 10 de agosto de 2022

ArraezVice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (ACIAP) para assuntos de Saúde, o diretor geral administrativo da Santa Casa de Paranavaí, Héracles Alencar Arrais, disse na última reunião da entidade que parte dos 1.874 hospitais filantrópicos do país corre o risco de fechar ou reduzir o atendimento ao SUS por conta da lei que estabeleceu pisos salariais para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. “A lei foi sancionada sem dizer de onde sairão os recursos para este compromisso. Sem uma ajuda extra, a situação vai se complicar”, disse ele.“Não se trata de merecimento. Todos os hospitais reconhecem que a categoria merece o novo valor do salário. Mas havia um acordo de que a lei só entraria em vigor depois de ser definida a fonte de financiamento parta o pagamento do reajuste. Mas a lei acabou sendo sancionada sem a definição desta fonte”, explicou Arrais.

Segundo ele, na Santa Casa de Paranavaí, o impacto na folha de pagamento será de mais de R$ 650 mil mais as obrigações trabalhistas. Além disso, haverá também uma espécie de efeito cascata. “Com o piso salarial, um técnico de enfermagem vai ganhar mais que um encarregado de setor. Teríamos que rever isso também”, diz o gestor do hospital.

Na sua participação na reunião da ACIAP nesta terça-feira (09), Arrais disse que o assunto vem sendo discutidos pelas federações estaduais das santas casas e hospitais filantrópicos e pela Confederação Brasileiras das Santas Casas de Misericórdia. “Há um consenso que sem uma ajuda extra, hospitais fecharão ou reduzirão atendimento. Esperamos que o Congresso nacional haja de forma rápida para definir a fonte de recurso para esta nova situação”, diz ele.

SORO – De outro lado, Arrais contou aos diretores da ACIAP que o hospital já vinha com dificuldades financeiras antes mesmo da lei que implantou o piso salarial, A principal causa são os valores de insumos hospitalares e medicamentos. Para se ter uma ideia, explicou ele, o soro que custava cerca de R$ 3,80 a R$ 4,00 chegou a custar R$ 24,00.

“É uma diferença de R$ 20,00 por litro. A Santa Casa utiliza entre 7 e 8 mil litros de soro opor mês. Só aí já são R$ 150 mil a mais que estamos gastando”, lamentou Arrais.

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