O fato de o Ministério Público ter oferecido denúncia contra Glenn Greenwald por sua provável participação na invasão de celulares de autoridades, como o ministro Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, foi e está sendo amplamente explorado, seja pela mídia, seja por outros tantos, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que pretendem “tirar uma lasquinha” junto a opinião pública.
Mas, José Roberto Guzzo, em sua coluna no Estadão vem, com sabedoria e muita lucidez iluminar o episódio:
“Não houve, desde que apareceu a primeira fita, nenhum gesto dos poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário para impedir ou dificultar a publicação de coisa nenhuma. Não se tentou qualquer tipo de censura. Não houve ameaças a ninguém. O jornalista que originou as publicações chegou a receber uma espécie de salvo-conduto do STF, no qual se proibia que a polícia investigasse qualquer dos seus atos. A um certo momento, inclusive, formou-se uma espécie de consórcio entre órgãos de comunicação para dar mais impacto ao que ia sendo divulgado. A única coisa que houve foi um inquérito policial para apurar os crimes cometidos pela gangue. Não se trata de uma opção – é o que a lei manda que se faça. Se o jornalista envolvido na história foi denunciado, é porque o Ministério Público acha que ele participou dos delitos – e não porque publicou as fitas. Um juiz decidirá se aceita ou não a denúncia, e a partir daí a justiça segue seu curso. A liberdade de imprensa não tem nada a ver