O deputado paranaense André Vargas (PT) pediu, agora à tarde, licença do mandato por 60 dias, bem mais do que a oposição vinha pedindo: afastamento da mesa diretora. André Vargas é acusado de ligações com o doleiro Alberto Youssef, preso desde 17 de março, durante a operação Lava-Jato da Polícia Federal, suspeito de participar de um esquema de lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólar e financiamento ao tráfico de drogas. O esquema teria movimentado mais de R$ 100 milhões.
Vargas, que é de Londrina, é um velho conhecido do eleitor paranavaiense. Sempre fez campanha por aqui, com apoio de petistas como os ex-vereadores César Alexandre e Daniel Moreira, o Danielzinho e agora tinha a simpatia do vereador Josival Moreira e toda a cúpula do PT local. Nas últimas eleições, André Vargas fez 1.365 votos em Paranavaí.
Segundo o Blog do Praxedes, petistas locais estudam, antes mesmo de saber o desfecho das denúncias, transferir o apoio ao deputado estadual Enio Verri, de Maringá, que nas eleições deste ano vai disputar uma cadeira na Câmara Federal.
O parlamentar estava numa ascendência em sua carreira política. Depois de assumir a secretaria nacional de comunicação do PT assumiu a vice-presidência da Câmara dois Deputados. Estava agora estimulado para disputar uma vaga no Senado. Semana passada, o jornal Folha de S. Paulo revelou que ele viajou, no começo do ano, em férias, em um jato pago pelo doleiro Youssef. O custo da viagem foi confirmado em R$ 100 mil. Neste fim de semana, a revista Veja revelou trechos de mensagens telefônicas trocadas entre Vargas e o doleiro, que teria interesses no Ministério da Saúde. Numa das mensagens, Youssef afirma: “Cara, estou trabalhando. Fica tranquilo. Acredite em mim. Você vai ver o quanto isso vai valer. Tua independência financeira. E a nossa também, é claro. Kkkkk”. Com isto, Vargas praticamente sepultou sua carreira.