O Serviço Ambulatorial Móvel de Urgência, o SAMU, implantado na região em novembro do ano passado, já começa a enfrentar problemas. O financiamento do funcionamento do SAMU é assim distribuído: 50% Governo Federal, 25% Governo do Estado e 25% municípios. Só que o Serviço precisa ser habilitado pelo Ministério da Saúde, o que deveria ter ocorrido até fevereiro. Como isto não aconteceu, nem o Governo Federal nem o Estadual repassou os recursos. E o caixa que os municípios fizeram para aguentar o serviço por três meses, até que saísse a habilitação saísse, aguenta somente a folha de pagamento deste mês. Os prefeitos dos municípios das regiões de Paranavaí, Umuarama, Cianorte e Campo Mourão começam mobilizar lideranças políticas para que o Ministério da Saúde promova a habilitação do serviço com a maior rapidez possível.
É uma indignidade ter que fazer mobilizações para fazer cumprir direitos adquiridos. O duro é que o povo, distraído, desinformado, só fica sabendo que o Samu não está operando, e culpa quem?
Eu, j.p, não sei o que é necessário para essa habilitação e, nem de quem deve realizar a mesma. Só acho que os lideres regionais, deveriam ser mais atentos e, ter procurado resolver isso com mais rapidez.J.P.DO PROGRAMA A VOZ DA COMUNIDADE.
Todos sabemos, até mesmo o querido Chico Doido; esses órgãos federais são rotineiramente assim mesmo; seus burocratas se preocupam tanto com uma vírgula que por fim acabam se esquecendo de fazer o texto que seria de interesse maior da população.
Já tive o (des-)prazer de viver situações semelhantes quando vivia na Amazônia (Pará); à época pessoalmente vi e descobri que em Brasília os chefes dos órgãos federais em geral desconhecem completamente os atos “tartaruguentos” de seus subordinados, que não rara vez escondem interesses escusos… Um dia ainda contarei acerca do que se tratou.
Ponderações à parte, vejo que neste caso do SAMU local cabem aqui algumas perguntas de minha parte:
1ª – se uma empresa não pode funcionar numa cidade sem que receba o alvará da prefeitura para funcionamento, sem que se requeira a visita técnica dos bombeiros ao local, sem que se a inscreva junto às Receitas Estadual e Federal, etc e tal, ¿então como que esse serviço de saúde foi prestado à população pelos municípios com o dinheiro do próprio “caixa”, sem que houvesse a “habilitação” burocrática junto ao Ministério da Saúde? Pra quê serve essa tal “habilitação” se é possível agir sem tê-la? Onde estavam nesses três meses de funcionamento emergencial do SAMU os deputados federais que se apregoam como “da região”?
2ª – os administradores dos municípios ou seus secretários de saúde quando pleitearam a “habilitação” já não sabiam que ela poderia ser (como de fato sempre ocorre!) um ato federal emperrado burocrática e politicamente, que necessitasse desde o início do pedido ao Min. da Saúde de um acompanhamento fino diário, inclusive com intervenção neste sentido por parte desses deputados federais que em tempo de eleições se aparecem na área como “padrinhos da região”? Ou quem sabe confiou-se apenas na “eficiência burocrática” federal, sempre movida a interesses político-partidários, quando o interesse maior era dos municípios?
3ª – Se o prefeito de Umuarama pertence ao PDT; os de Cianorte e Paranavaí ao PMDB; e a prefeita de Campo Mourão ao PR, e todos eles – como é o caso do de Pvi – sempre tem visitas pessoais de deputados federais petistas que se dizem influentes no “andar político governamental de cima”, ¿então nunca se lembrou de pedir-lhe que intercedessem junto ao governo federal petista do qual fazem parte pra tal “habilitação” em favor desses municípios?
Enfim, perdoem-me a sinceridade da opinião, mas creio que alguém dessas administrações “dormiu no ponto” nesta questão da “habilitação” do SAMU junto ao Ministério da Saúde, enquanto contavam com a comodidade de uso de verba do município de outra rubrica que deveria ser aplicada em outro setor. É o dito: descobriu-se um santo pra cobrir outro, e agora se tem de sair desesperado, de pires da mão, rogando a “lideranças políticas” da região porque o “caixa” está fazendo água?
Não consigo entender essas coisas, exceto por um desses nomes: ineficiência político-administrativa ou a “síndrome da manobra do transatlântico” que acomete sempre os atos da administração pública, tão morosos em favor da população, notadamente os do governo federal. Abs.