Da coluna Sinopse Geral do jornalista Saul Bogoni – Diário do Noroeste
O PMDB do Paraná vive uma situação paradoxal. Ao mesmo em que quer lançar candidato próprio a governador, promete apoiar Beto Richa (PSDB) à reeleição e faz juras de amor à presidente Dilma (PT). As juras foram expressas pelos aliados de Richa que foram ao encontro com o vice-presidente da República, Michel Temer, e mais recentemente pelo deputado federal Osmar Serraglio (que sonha em ser vice de Richa) na reunião com a pré-candidata petista Gleisi Hoffmann.
MAS, na eventualidade de o PMDB subir no palanque de Richa, alguns parlamentares que defendem a candidatura própria ao governo questionam: como seria o comportamento na campanha eleitoral? Os peemedebistas ouviriam calados o governador criticar o governo federal ou teriam coragem de, no palanque tucano, defender o governo petista? Para um parlamentar é uma situação inconcebível. Na verdade, um paradoxo.
NA REUNIÃO de sexta-feira do PMDB de Paranavaí, o deputado estadual Teruo Kato tentou explicar o imbróglio. Na avaliação dos deputados estaduais, o PMDB pode perder de seis a oito deputados dos atuais 13, se não tiver um chapão (coligação). No caso de uma coligação com o PSDB, seriam somados todos os votos dados aos candidatos dos dois partidos, o que favoreceria um quociente eleitoral alto e a eleição de um número maior de deputados que o atual. O mesmo poderia se dar com o PT (que atualmente tem cinco deputados). Já com candidato próprio a governador, poderia haver redução pela metade ou menos de deputados do PMDB, pois não haveria soma de votos nem com PT, nem com PSDB.
AO DIRETÓRIO Municipal Teruo explicou que o interesse maior dos deputados estaduais é fazer aliança com Richa. Pelo acordo, ele teria que dar a vaga de vice ao PMDB, além da vaga de candidato ao Senado e a indicação do ex-governador Orlando Pessuti a uma vaga a ser aberta no ano que vem no Tribunal de Contas do Estado. Ou seja: todos querem ganhar. Os entraves, por enquanto, são dois: os deputados estaduais do PSDB resistem a um chapão, pois poderiam eleger menos deputados do que tem atualmente, em favor do PMDB, e o senador Álvaro Dias (PSDB), candidato à reeleição. Pela legislação, porém, mesmo fazendo parte da aliança, o PMDB poderia lançar um candidato para disputar a vaga com Álvaro.