Da Gazeta do Povo – Curitiba
No último ato antes de pedir aposentadoria e renunciar à presidência do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Clayton Camargo decidiu retomar a licitação de quase R$ 80 milhões para reforma e modernização da sede do tribunal. A licitação havia sido revogada pelo presidente interino Paulo Vasconcelos na quinta-feira passada, “por razões de interesse público”, segundo a justificativa. Na sexta, Camargo reassumiu o cargo de presidente. Nesta segunda, ele cancelou a decisão de Vasconcelos e abriu caminho para que o processo licitatório continuasse normalmente. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do TJ-PR na tarde de hoje, mas não houve a divulgação de mais detalhes sobre a decisão.
O próprio TJ admitiu, na semana passada, que o edital havia sido revogado para evitar falhas na concorrência. E que um advogado, que não foi identificado, entrou com pedido para rever o processo licitatório. As possíveis falhas não foram reveladas.
A decisão de Vasconcelos foi publicada no Diário Eletrônico do TJ apenas nesta segunda. A “revogação da revogação”, feita por Camargo, ainda não foi publicada. Inicialmente, a abertura dos envelopes com propostas para a licitação estava marcada para esta segunda. Não há informações se houve ou não a abertura dos envelopes e se alguma empresa foi declarada vencedora da concorrência.
A assessoria de imprensa do TJ informou que Camargo não vai se manifestar para a imprensa nesta segunda para explicar o motivo da retomada da licitação nem para falar sobre o pedido de aposentadoria. O desembargador Paulo Vasconcelos também foi procurado pela reportagem, mas não quis comentar o assunto. Ele não foi ao tribunal hoje. A sessão do Órgão Especial foi presidida pela segunda vice-presidente, desembargadora Dulce Cecconi.
Clayton Camargo entrou com pedido de aposentadoria e, consequentemente, renunciou ao cargo de presidente do TJ-PR durante sessão de hoje do Órgão Especial. Aos 67 anos, Camargo pediu para sair do cargo de desembargador três anos antes do limite para aposentadoria compulsória. Eleito como presidente em novembro do ano passado, ele deveria continuar no posto até fevereiro de 2015.
A renúncia e a aposentadoria acontecem em meio a investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no TJ-PR, que corre em segredo de justiça. A eleição para o novo presidente do órgão deve ocorrer nos próximos dias.