Quando, quase, tudo estava pronto pra ceia, família reunida, alegria do reencontro, presentes, escolhidos com carinho, aguardando, impacientes, sob as luzinhas coloridas da árvore de Natal, alguém, por volta das nove da noite, toca a campainha. Silêncio! Não era um amigo com o presente de última hora, como imaginamos. Era a Maria, uma mulata, com aparência de 30 anos, como seu filho Arthur, de sete. “Desculpe incomodar. O Senhor teria alguma coisa pra nos dar?” – Tínhamos muitas coisas, principalmente, se comparado com a situação da Maria e do Arthur. Rapidamente, acomodamos, em um pote, alguns brigadeiros e Sonho’s de Valsa e mais um pacote de bolachas e lá fui eu. Não tenho certeza se o Arthur estava me ouvindo, já que seus olhinhos estavam grudados no pote transparente e seu conteúdo colorido. São brigadeiros Arthur. – “Pra mim?” – perguntou.
A cena, da alegria daquele garotinho, pulando, num quase êxtase, refletida no brilho do olhar, quase molhado, da mãe, ficará registrada em minha alma enquanto eu viver, como o melhor presente de todos os meus, setenta, natais.
Como não reconhecer, e ser grato, a Deus?
Por Chico Ramos
Que momento lindo. Graças a Deus por isso
Certamente o menino e sua mãe também não
Se esquecerão. Você se alegrou e eles também.