Santa Casa de Paranavaí vai dobrar o número de leitos de UTI adulta

Publicado em 17 de dezembro de 2021

Com os novos leitos o hospital atinge a recomendação
da OMS de um leito de UTI para cada 10 mil habitantes

Mais-leitosA Santa Casa de Paranavaí vai passar de 10 para 20 leitos de UTI adulta a partir da primeira quinzena de janeiro. Somando-se a outros 10 neonatal e pediátrica, serão 30 leitos, o que atende a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) no número de leitos em relação à população. A informação é do diretor-geral do hospital Héracles Alencar Arrais, que está acompanhando pessoalmente a instalação da nova UTI.A OMS prevê um leito de UTI para cada 10 mil habitantes. A Santa Casa é referência para as 28 cidades da Associação dos Municípios do Noroeste do Paraná (Amunpar), que, somadas, têm uma população de 278.116 habitantes, segundo estimativa que o IBGE divulgou em agosto deste ano. “Quando a Unidade Morumbi entrar em operação, vamos melhorar mais esta relação leito de UTI X população”, diz Arrais.

A nova UTI foi construída no antigo estacionamento da Santa Casa, na Rua Rio Grande do Sul. Ali foram erguidos dois prédios conjugados. Além da nova UTI, que está sendo higienizada para a montagem dos equipamentos, o espaço está abrigando o laboratório de análises clínicas do hospital ainda terá ambulatório para atendimento de gestantes de alto risco (esta parte foi construída pelo Governo do Estado), hemodinâmica e mais 10 apartamentos. O prédio todo custou R$ 4 milhões.

Para construir e comprar parte dos equipamentos da UTI 2 (serão aproveitamos equipamentos da UTI da Ala Covid que está sendo desativada), a Santa Casa contratou uma linha de crédito do governo federal com juro subsidiado e prazo de cinco anos para pagamento. “Nós vínhamos fazendo promoções, como show de prêmios para construir a UTI, mas para agilizar buscamos este financiamento. Infelizmente, com a pandemia, as obras atrasaram”, explica Arrais.

MAIS MODERNA – A Santa Casa de Paranavaí tem uma das mais modernas UTI e a segunda unidade será ainda mais avançada. A ilha de monitoramento, de onde o médico pode acompanhar os sinais vitais de todos os pacientes em tempo real, terá novos parâmetros na nova unidade. As camas também são diferenciadas: tem balança (que pode detectar, por exemplo, retenção de liquido) e permite fazer a angulação do corpo.

O médico-chefe da UTI, Bruno Leal, explica que o paciente tendo a cabeça erguida num ângulo de 35 graus previne a pneumonia. Todos os pacientes internados na UTI da Santa Casa que não estão intubados têm a cabeça levantada, mas agora será no ângulo exato. As camas também têm sensores de temperatura e avisa a monitoração quando o paciente se movimenta. “Esta segunda unidade será um up grande para o hospital”, aponta Leal.

Os 10 novos leitos deverão estar credenciados pela Secretaria Estadual de Saúde (SESA) para atendimentos ao SUS até meados de janeiro. Para obter o credenciamento, a Santa Casa teve que cumprir uma série de exigências. “Para se credenciar não basta ter os leitos, os respiradores e outros equipamentos. Tem que ter a equipe, inclusive a escala de plantão”, informa o diretor do hospital.

Segundo Arrais, a nova unidade estava há vários anos no planejamento da Santa Casa e vem suprimir uma antiga demanda do hospital e da região. “Pela estrutura, número de leitos clínicos e capacidade de cirurgias, eram poucos os leitos de UTI. Agora o hospital fica mais completo”, diz ele.

COVID-19 – Outra informação prestada pelo diretor Arrais é que a partir de 1º de janeiro será desativada toda a Ala Covid da Santa Casa. Este mês, com a redução de casos, internamentos e óbitos, 50% da Ala Covid foi desativada e no próximo mês a SESA descredenciará estes leitos exclusivos para a pandemia voltando os mesmos para hospital geral.

Como ainda não está claro como será o protocolo para atendimento destes casos, a UTI 2 terá alguns leitos em condições de ser isolados, segundo o intensivista Bruno Leal, que está adotando o mesmo modelo de gestão de grandes hospitais.

Em fevereiro, ele vai conhecer in loco o modelo de gestão das UTIs do Hospital Israelita Albert Einsterin (SP). A Santa Casa participou de um estudo promovido pelo Ministério da Saúde, que foi conduzido pelo Einstein, com o objetivo de avaliar o impacto da telemedicina nas UTIs brasileiras. O programa aproximou os coordenadores de UTI de hospitais de menor por porte com esta grande unidade.

“A equipe do Einstein vai apresentar para a diretoria o resultado do estudo e a avaliação da nossa UTI. E com a aproximação que tivemos as portas estão abertas para troca de experiências, buscas de informações. Temos até um grupo de coordenadores de UTIs”, diz Leal, que está animado e vai coordenar também a nova unidade, cuja equipe será formada majoritariamente por profissionais que atuaram na Ala Covid. “Aqueles que se destacaram e tinham vontade de trabalhar em UTI virão para a nova equipe”, contou o médico.

Alda - 391x69

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.