Principal proposta é usar os recursos na aquisição de
medicamentos e insumos para o combate a Covid-19
Com a inviabilização da aquisição da vacina Sputnik V, a única que estava disponível no mercado, por conta da falta de registro na Anvisa e outros entraves burocráticos, a diretoria da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (ACIAP) começou a discutir, na manhã desta quarta-feira, dia 26, o destino dos recursos da campanha Imuniza Paranavaí. Os valores seriam destinados à aquisição do imunizante contra a Covid-19.Para a compra da vacina, com custos estimados em R$ 5 milhões, a Administração Municipal alocaria a metade dos valores. E o restante seria captado junto à sociedade, pessoas físicas e jurídicas que se dispusessem a ajudar. A ACIAP liderou a campanha e abriu uma conta para que fosse feita doação diretamente nela. Além disso foi aberto um site com informações da campanha e um painel que era atualizado ao longo do dia com a totalização dos valores doados.
“Tivemos uma grande adesão, algumas doações significativas. Mas quando a população começou a perceber as dificuldades para a compra da vacina aí as doações pararam”, revelou o presidente da ACIAP, Rafael Cargnin Filho, na reunião desta quarta.
O painel chegou a apresentar o total de R$ 2.878.921,68. Desconsiderando os R$ 2,5 milhões que seriam aportados pela Prefeitura e outros R$ 58 mil doados pelo diretor e vereador Luís Paulo Hurtado, o Luiz Paulo da Ki-Pé, que fez a doação diretamente à Prefeitura, para respeitar as normas legais (os valores eram referentes a um ano de seu subsídio como vereador), encontram-se depositados na conta da campanha R$ 320.921,68. É este recurso que a ACIAP deve definir o seu destino.
Devido as necessidades da Santa Casa de Paranavaí, que vem sofrendo forte desiquilíbrio financeiro por conta da pandemia, e as dificuldades da Prefeitura, que tem os recursos, mas enfrenta entraves burocráticas e legais para a aquisição de medicamentos e insumos para o hospital de campanha que abriu na Unidade Morumbi, a intenção é usar estes recursos para atender estas demandas. Esta possibilidade já era ventilada desde que começou a campanha Imuniza Paranavaí: se não fosse possível comprar a vacina o dinheiro seria usado para outra finalidade, mas exclusivamente no combate a pandemia.
A situação destas unidades pode se agravar caso se confirme uma terceira onda, que, aparentemente, tem maior poder de contaminação. A Santa Casa, por sua vez, segundo Héracles Alencar Arrais, diretor da ACIAP e do hospital, deve ter ampliado seu déficit orçamentário, pois o Governo do Estado suspendeu novamente todas as cirurgias eletivas, procedimentos que garantem alguma receita para combater o déficit provocado por outros procedimentos.
Na reunião desta manhã houve consenso de que será aberto um prazo para que quem fez a doação, mas não concorda em usar estes recursos na compra de medicamentos e insumos para o combate a pandemia, que possa requere-lo de volta. “Alguns doadores condicionaram a doação exclusivamente para a compra de vacinas”, informou o gerente da ACIAP, Carlos Henrique (Kaká) Scarabelli.
Também ficou acertado que caso faça a aquisição de medicamentos e insumos diretamente ou através da Santa Casa serão publicadas no site da campanha as notas fiscais referentes às compras.
O assunto voltará a ser discutido nesta quinta-feira (27), depois de ser levantadas as necessidades mais urgentes do hospital de campanha da Unidade Morumbi, (com 17 leitos de enfermaria e estão sendo criados mais 15), mantido pela Prefeitura, e da Santa Casa (com 20 leitos de UTI e dez de enfermaria). Com base nestas informações deverá ser decidido o montante a ser destinado a cada uma das unidades.
