CONCESSÃO DE RODOVIAS
Socipar ganha apoio do CREA-PR para realização de audiência em Paranavaí

Publicado em 12 de março de 2021

SociparA Socipar (Sociedade Civil do Paraná) ganhou o apoio do CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) em seu propósito de realizar em Paranavaí uma audiência pública para discutir o novo modelo de concessão de rodovias do Paraná. O apoio foi garantido pelo presidente Ricardo Rocha aos coordenadores do movimento, durante reunião, por videoconferência, realizada no final da tarde desta quarta-feira, dia 10.

“As reivindicações de vocês são justas e merecem ser discutidas em uma audiência aí em Paranavaí. O tema, o traçado da pista, tem que ser avaliado pela ANTT”, disse Rocha.

O Conselho se tornou um dos principais articulares da população e lideranças na discussão sobre o novo modelo de concessão de rodovias do Paraná. No mês passado, a entidade divulgou o seu “posicionamento e contribuição”, sobre o tema, credenciando-se, ao lado de outras entidades como uma porta-voz qualificada da sociedade nesta questão.

Neste documento, a instituição assinala que “por se tratar de um assunto que merece atenção de todos os paranaenses – já que sua definição impactará em um contrato para os próximos 30 anos e envolve avanços estratégicos para o Paraná – o Crea-PR intensificou no início deste ano suas ações de posicionamento em relação ao tema, seguindo seu compromisso de valorizar o exercício ético das profissões que representa, priorizando, consequentemente, os princípios de desenvolvimento sustentável, em especial a segurança da população nas cidades e nas rodovias”.

A REGIÃO – Representantes do Sindicato Rural de Paranavaí, Subseção da OAB, Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (ACIAP), que participaram da reunião e coordenam a Socipar, apresentaram argumentos que impactam diretamente a região, especialmente a implantação de uma nova praça de pedágio e o traçado previsto de ligação do Paraná ao Mato Grosso do Sul desprezando estudos que vêm sendo realizados há oito anos, que apontam em outra direção. Além disso, argumentaram que o prazo previsto do contrato, 30 anos, deveria ser reduzir para 20, e ainda, garantir revisão de preços e obras a cada, pelo menos, cinco anos.

Pelo modelo apresentado, será instalada uma praça de pedágio em Guairaçá e, em contrapartida, no trecho entre Paranavaí e Diamante do Norte, seriam realizadas apenas obras de acostamento, algumas terceiras pistas e desvios. Ocorre que a atual concessionária, a Viapar, já realiza a manutenção entre Paranavaí e Nova Londrina, com os recursos da praça de pedágio de Castelo Branco.

Além disso, pelos projetos apresentados, o modelo reforçaria a ligação entre Paraná e Mato Grosso do Sul, pelo oeste do Estado de São Paulo. “Sempre aprendi que a distância mais curta entre dois pontos é uma linha reta. Será que mudou alguma coisa?”, questionou o produtor rural Demerval Silvestre. Isto porque, desde 2012, a Socipar trabalha pela Rodovia do Agronegócio, que é a ligação dos dois estados por pista dupla entre Paranavaí e Taquarussu pelo Porto São José, onde seria construída uma ponte sobre o Rio Paraná. Este traçado encurta em 120 quilômetros a maior região produtora de grãos do país (MS e MT) ao Porto de Paranaguá.

Presidente do Sindicato Rural, Ivo Pierin Júnior já havia alertado anteriormente que investir no atual traçado é fazer opção, inclusive, por uma rodovia mais perigosa. “Este trecho entre Nova Londrina e Diamante do Norte tem muitas curvas e foi projetada numa época em que os caminhões suportavam menos peso e os automóveis desenvolviam menor velocidade. Hoje, as circunstâncias são outras”, disse ele.

SEM AUDIÊNCIA – A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que está realizando as audiências públicas para debater o novo modelo de concessão das rodovias no Estado não programou nenhuma reunião em Paranavaí. “Nós temos várias propostas a fazer”, disse o advogado Edilson Avelar. Além da duplicação, a Socipar ainda defende, segundo Avelar, que a instalação da praça de pedágio só aconteça depois da realização de 50% das obras previstas, isenção para motocicletas, desconto de 50% para veículos que estão num raio de até 70 quilômetros da praça de pedágio, entre outras sugest.

Sobre a duplicação, Avelar lembrou que a ANTT (que só conhece a região pelo Google, já que eles admitiram, que não fizeram visita à região para fazer o projeto, segundo os participantes da reunião) não considerou que o trecho “não tem relevos, não tem morros, não tem áreas para ser desapropriada, a topografia é plana e não tem curvas, o que denota que o valor da duplicação aqui é bem mais inferior a qualquer outra região”.

Ricardo Rocha, que faz questão de lembrar que nasceu em Paranavaí, ponderou que as proposições da Socipar são pertinentes e merecem a atenção da ANTT. Reforçou que o CREA continuará atuando numa visão mais global, mas entende que a Inspetoria Regional e a “parceira” APEAP (Associação Profissional dos Engenheiros e Arquitetos de Paranavaí), que participou da reunião com seu presidente Valdeci Marconi e outros diretores, poderiam se envolver na questão regional.

 

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