Fechamento de empresas foi momento mais desafiador da história da ACIAP

Publicado em 01 de agosto de 2020

Nunca os empresários enfrentaram uma crise em que
suspenderam as atividades e ficaram sem dinheiro

A pandemia do novo coronavírus, a Covid-19, que obrigou uma paralisação das atividades econômicas na cidade entre os dias 20 de março a 9 de abril, foi o maior desafio enfrentado pela Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (ACIAP) em seus 65 anos de existência, completados este ano. “A atuação da ACIAP foi sempre firme e em defesa da livre iniciativa, dos associados. Mas o momento exigia, de outro lado, cuidados com a saúde. Até que foi definido um protocolo que permitia, ao mesmo tempo, retomar as atividades, e proteger a população”, diz o presidente da entidade, Maurício Gehlen.O vice-presidente para assuntos de comunicação da ACIAP, o jornalista Jorge Roberto, que escreveu o livro sobre os 60 anos da entidade, também considera que a pandemia foi o momento mais desafiador para os empresários da cidade. “As diretorias da ACIAP, ao longo dos 60 anos, enfrentaram muitas dificuldades. A união dos empresários foi provocada por uma delas: a falta de segurança. Tivemos depois outros momentos delicados, como o enfrentamento a péssima qualidade da telefonia, a falta de energia elétrica, evasão aguda de consumidores, planos econômicos, juros exorbitantes. Mas em todos estes momentos os associados estavam trabalhando, produzindo, vendendo, entrando dinheiro no caixa”, diz ele.

O jornalista acentua que foi a primeira vez que os empresários locais enfrentaram uma crise desta proporção e completamente diferente das anteriores. “Desta vez tivemos estabelecimentos fechados, funcionários em casa, contas vencendo e sem qualquer receita. Quando foi editado o decreto que obrigou as empresas a fecharem suas portas, os comerciantes não tinham sequer como receber as prestações das vendas a prazo, o que depois foi flexibilizado. Considero, sim, que a pandemia foi o momento mais crítico da história da entidade”.

O presidente Gehlen admite que no começo havia uma enorme cobrança da entidade como se ela tivesse poder para resolver a questão. “Entendíamos perfeitamente a angústia dos empresários. Mas também tínhamos o dever de pensar na saúde dos clientes, dos funcionários e dos empresários. E esta angústia gerou até críticas a entidade, que mais tarde foram reconhecidas como injustas por quem as fez”, comenta.

A persistência e a serenidade marcaram a atuação da ACIAP neste momento de crise. “A entidade participa do Comitê de Operações Emergenciais (COE) e estimulamos e participamos do COE Econômico, que trata quase que exclusivamente dos impactos econômicos da pandemia e sugere alternativas, que depois são avaliadas por um grupo maior, inclusive com a participação de profissionais de saúde”, relata o presidente.

Aos poucos foram acontecendo a flexibilização. O resultado de os empresários acatarem o decreto de fechamento e depois de negociarem a flexibilização paulatina é que Paranavaí voltou as suas atividades econômicas bem antes que Maringá, Londrina, Curitiba ou até São Paulo, para citar alguns exemplos.

E assim que começaram as flexibilizações, a ACIAP passou a tratar de formas para mitigar os efeitos econômicos da crise sanitária, como conta o gerente-executivo da entidade, Carlos Henrique (Kaká) Scarabelli. “O primeiro caminho foi flexibilizar programa Paranavaí Mais Competitiva, para que o financiamento de até R$ 50 mil pudesse ser utilizado integralmente para quitar folha de pagamento, fornecedores etc. Depois de muita negociação do presidente Maurício Gehlen e o Sicoob conseguimos transformar o financiamento numa linha de crédito emergencial”, relata Scarabelli. O programa já liberou cerca de R$ 1,5 milhão para empresas de Paranavaí.

Foi também, o gerente da ACIAP que levou à Administração Municipal a sugestão da criação de um plano de recuperação econômica da cidade. A proposta foi acatada, o Sebrae contratado e o programa Paranavaí 5.0 está em construção.

“A maior prova que a ACIAP enfrentou e venceu este desafio, é que nos momentos mais agudos da crise, tivemos uma inadimplência de mais de 60%. Assim que os empresários começaram a recuperar a condição econômica, colocaram em dia os débitos e estão adimplentes. Isto só fortalece o setor e mostra a confiança do associado na sua entidade de classe”, diz Maurício Gehlen.

“A pandemia da Covid mudou a forma da ACIAP atuar e a forma de representar os seus associados. Felizmente mais de 95% dos associados entenderam a importância de a entidade fazer tudo o que tem feito para que nossa economia continue em atividade e progredindo. E é isso que estamos conseguindo com o apoio de toda a sociedade”, arrematou o presidente referindo-se a uma recente pesquisa em que a maioria dos associados aprovaram a atuação da ACIAP.

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