Deputado diz que está otimista em relação a concretização
da duplicação da rodovia entre Paranavaí e Taquarussu
Colocar a rodovia Paranavaí-Taquarussu (MS) no plano nacional de concessões é a forma mais rápida de viabilizar a interligação por pista dupla da região centro-oeste, principal zona de produção agrícola do país, ao Porto de Paranaguá, o segundo maior do Brasil, passando pelo Noroeste do Paraná. A opinião é do deputado federal Luiz Nishimori, que desde 2017 vem apoiando o movimento pela viabilização deste eixo rodoviário, liderado pela Sociedade Civil Organizada de Paranavaí e Região. “Estou otimista que vamos conseguir viabilizar esta rodovia”, disse o parlamentar.Um dossiê com toda a documentação enviada nos últimos três anos às autoridades federais, do Paraná e do Mato Grosso do Sul reivindicando a chamada Rodovia do Agronegócio foi entregue semana passada a Nishimori por dois dos coordenadores da Sociedade Civil, Edilson Avelar e Demerval Silvestre. “O caminho mais rápido é a concessão, é a PPP (Parceria Público Privada). A máquina do Governo é lenta. O Governo pode até fazer, mas vai demorar mais”, comentou o deputado paranaense.
Na avaliação dele, é melhor ratear os custos entre os usuários e ter a rodovia do que ficar na expectativa do poder público. Ele garante que os valores do pedágio serão bem menores do que os atuais cobrados nas praças da rodovia entre Paranavaí e Porto de Paranaguá, por exemplo. “O valor será menos da metade”, assegura o parlamentar.
Nishimori assinala, no entanto, que tem um Plano B, caso falhe a inclusão do trecho rodoviário no planejamento das concessões: propor aos deputados paranaenses a apresentação de uma emenda de bancada ao Orçamento Geral da União (OGU) dos recursos necessários para viabilizar a Rodovia do Agronegócio do lado paranaense. Adverte, no entanto, que se este for o caminho, a rodovia não será construída com a mesma agilidade em comparação a concessão para a iniciativa privada.
FOMENTO A ECONOMIA PARANAENSE – Segundo a Sociedade Civil, a duplicação da BR-376 até o Porto São José, construção da ponte sobre o Rio Paraná ao Porto São João, do lado sul-mato-grossense, seguindo até Taquarussu, vai reduzir em quase 170 quilômetros a distância de Dourados e Campo Grande, por exemplo, até Paranavaí, Maringá (onde tem o Porto Seco) ou Londrina. Com isso, o Paraná atrairia a safra de grãos do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, para o Porto de Paranaguá, simplificando a logística e fomentando o desenvolvimento econômico do Estado.
O pedido para a inclusão da Rodovia do Agronegócio foi protocolado pela Sociedade Civil na Empresa de Planejamento e Logística (EPL), uma empresa pública, vinculada ao Ministério da Infraestrutura, que tem como objetivo prestar serviços na área de projetos, estudos e pesquisas destinados a subsidiar o planejamento da infraestrutura, da logística e dos transportes no país.
Em outubro do ano passado, a reivindicação foi entregue em Brasília ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Participaram desta audiência Avelar, Ivo Pierin Júnior, Dante Ramos Júnior (ambos também coordenadores da Sociedade Civil), vereador Lucas Barone e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Paranavaí, Maurício Gehlen.
APOIO DA MINISTRA – A BR-376 foi repassada ao Governo do Estado no passado, que por sua vez, a concedeu à iniciativa privada O contrato de estadualização e o de concessão vencem no ano que vem. A EPL realiza o estudo para definir o futuro destas rodovias, que deverão novamente ser concedidas à iniciativa privada.
A Sociedade Civil e o deputado Nishimori querem que o trecho entre Paranavaí e Taquarussu entre neste processo. Segundo Demerval Silvestre, o trecho entre Paranavaí e Nova Londrina já está incluso no estudo, mas apenas para manutenção. “Nós queremos que este trecho seja duplicado e os 19,5 quilômetros da PR-557 entre Nova Londrina e o Porto São José também sejam incluídos neste processo”, diz Silvestre.
Do lado sul-mato-grossense, as lideranças da Sociedade Civil conversam com o secretário estadual de Administração, Roberto Hashioka, ex-prefeito de Nova Andradina, para mobilizar as lideranças daquele estado em favor da Rodovia do Agronegócio. Mas o deputado Luiz Nishimori quer reforçar os trabalhos no estado vizinho. “Ele se comprometeu a buscar o apoio da ministra Tereza Cristina, da Agricultura, com quem mantém uma excelente relação. Vai pedir o apoio dela, que é do Mato Grosso do Sul. Esta rodovia vai beneficiar também os produtores do estado da ministra e do Mato Grosso”, informou Edilson Avelar, após a conversa com o parlamentar.
Ainda este mês, o deputado Nishimori terá uma audiência na EPL e espera definir a inclusão do trecho no plano de concessões. “O deputado colocou toda a assessoria para acompanha na EPL pois é esta empresa que identifica e propõe as novas concessões das rodovias”, diz Avelar. “O deputado nos deu muita esperança. Temos que andar rápido, pois para entrar no plano de concessões é preciso, antes fazer o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental, o EVTEA”, diz Silvestre. Mas o deputado acenou que, embora sempre haja questionamentos, esta etapa deverá ser vencida até com certa agilidade.