Momento é de garantir empregos e não de reajuste

Publicado em 10 de junho de 2020

Concessão de reajuste pedido pelo Sindicato dos
Comerciários pode gerar uma onda de demissões

EmpregosDiretores da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (ACIAP) estão preocupados com o não fechamento da convenção coletiva de trabalho entre os sindicatos do Comércio Varejista de Paranavaí (Sivapar) e o dos Comerciários (Sindoscom). A falta deste acordo, por exemplo, não previu um horário especial de atendimento do comércio nesta semana do Dia dos Namorados. Além disso, as informações que chegaram à entidade dão conta de que o acordo para um calendário comercial está sendo condicionado pelo Sindoscom a um aumento salarial de 8%.A preocupação foi manifestada na reunião ordinária mensal da Diretoria, realizada terça-feira (09), por videoconferência. Na manhã desta quarta-feira (10), o gerente-executivo da ACIAP, Carlos Henrique (Kaká) Scarabelli, fez um relato dos fatos que estão incomodando os diretores ao presidente do Sivapar, Edivaldo Cavalcanti.

“A convenção coletiva está vencida. Portanto vale a lei federal que rege a relação entre empregadores e empregados. E desde que cumpra a legislação, o empresário pode abrir quando quiser e na hora que quiser”, antecipou ele, que confirmou ter recebido o rol de reivindicações dos comerciários. “Mas não quis nem discutir quando vi que o pedido de reajuste era de 8%. O momento não é de conceder reajuste, mas de garantir empregos. Só que o Sindicato dos Comerciários parece não pensar assim”, reforçou Cavalcanti.

REAÇÃO – Ao serem informados que o Sindoscom estava condicionando o fechamento do acordo à concessão do reajuste, os diretores reagiram. Lamentaram que, embora as vendas começaram a reagir, a retomada ainda é muito tímida e mal chega aos 50% do que se vendia no ano passado. Acrescentaram que no momento não se busca lucro, mas recuperar as perdas provocadas pela pandemia com o novo coronavírus, a Covid-19, que obrigou om fechamento do comércio por 19 dias, entre março e abril e que os comerciários deveriam ter esta consciência da crise que atravessa a economia e conclamaram os empregados do comércio ao bom senso.

O empresário João Roberto Viotto Júnior ponderou que, com a pandemia, o horário diferenciado, as vésperas de datas especiais com forte apelo comercial, deve ser de um período maior. Isto porque, a orientação das autoridades sanitárias é no sentido de evitar aglomeração. “O único jeito de evitar aglomeração é dando mais tempo para o consumidor fazer suas compras”, apontou ele.

Para o vice-presidente Rafael Cagnin Filho, que conduziu a reunião, é preciso insistir com os comerciários e chamar a atenção da categoria para a nova realidade imposta pela pandemia. “Temos que enfrentar a nova realidade com bom senso”, disse ele. Diante deste cenário, Scarabelli e Cavalcanti conversaram na manhã desta quarta-feira.

ABERTURA AOS DOMINGOS – “É impossível falar em reajuste com esta severa crise que o país atravessa. A prioridade é garantir empregos, evitar novas demissões, não é justo exigir reajuste salarial neste momento. Em Campo Mourão, que é uma cidade do mesmo porte de Paranavaí, o acordo foi fechado e não houve reajuste, o índice foi zero. Então não tem o que discutir as cláusulas econômicas. E nas cláusulas sociais defendemos que se repetido o que vinha sendo praticado”, esclareceu o presidente do Sivapar.

O acordo venceu em 31 de maio e segundo Cavalcanti, empresários têm informado que se houver o reajuste não terá como evitar as demissões. “Os empresários estão sufocados. Temos que criar um ambiente que permita vender mais para recuperar o prejuízo. Neste sentido, quero que a nova convenção autorize a abertura do comércio nos dois primeiros domingos de cada mês. Abre quem quer, não é obrigatório. Mas temos que dar esta oportunidade aos comerciantes”, reforça o líder sindical.

Por fim Edivaldo Cavalcanti lamentou que o sindicato dos comerciários de Paranavaí tenta se guiar por outras cidades, maiores e com mais consumidores. “Não dá para seguir o que Maringá e Londrina fazem, por exemplo. Temos outra realidade”, aponta ele, que arremata. “Temos que pensar em garantir os atuais empregos. Pena que o sindicato dos comerciários não pense assim. Se houver reajuste as demissões serão inevitáveis”.

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