“Estamos gratos a todos que ajudaram. As doações contribuirão
para enfrentar o déficit financeiro da Santa Casa”, diz o presidente
Embora não esteja 100% concluído, pois ainda falta a confirmação de alguns doadores, a Diretoria da Santa Casa de Paranavaí divulgou nesta sexta-feira o balanço parcial da live “Amigos da Vanera”, realizada no último dia 17, que reuniu as bandas Tchê Garotos, Tradição, Garrafão e Herança e teve a apresentação do locutor de rodeio Marco Brasil Filho. O show teve por objetivo arrecadar recursos para o hospital que é referência para o atendimento aos pacientes da pandemia do novo coronavírus, a Covid-19, aos 28 municípios da região com uma população estimada em 300 mil habitantes. Em dinheiro foram arrecadados R$ 144.435,25. Este resultado é líquido, já descontadas as despesas da montagem, organização, logística, transmissão etc.
“Estamos muito gratos a todos os que ajudaram na realização do show Amigos da Vanera. Aos organizadores, artistas, patrocinadores, voluntários e doadores a nossa mais profunda gratidão. As doações contribuirão para enfrentar o déficit financeiro da Santa Casa, que não é pequeno, pois as despesas aumentaram muito e tivemos uma forte queda na arrecadação”, disse o presidente da Santa Casa, Renato Augusto Platz Guimarães, ao comentar o resultado parcial da promoção.
Além do recurso em dinheiro, viabilizado através dos patrocinadores e das doações através de depósito em conta corrente, pelo QR Code e através do leilão de uma costela assada ao fogo de chão durante o show, foram doados ainda durante a live: 1 caixa de tereré, 100 caixas de Chá Mate (250 gr cada), 1.000 frascos de soro fisiológico (250 ml), 2 fardos de arroz, 30 kg de costela, 5 (diárias) hospedagem em Camboriú, 50 litros de álcool em gel, 500 máscaras descartáveis, 28 cestas básicas, R$ 2 mil em material de construção, R$ 500 em madeira, R$ 600 em material de escritório, 20 novilhas e um potro.
“Nossos próximos passos agora em relação a live, serão confirmar as doações que ainda estão pendentes e promover um leilão para comercializar as novilhas. Já tem uma entidade e uma empresa que se colocaram a disposição para organizar o leilão. Vamos transformar os animais em dinheiro para enfrentar as necessidades mais prementes do hospital”, anunciou o diretor-geral da Santa Casa. Héracles Alencar Arrais.
Em entrevista a um canal de televisão esta semana, Arrais, que é diretor da Federação das Santas Casas do Paraná (Femipa), ponderou que falar da situação financeira dos hospitais que atendem em sua maioria o Sistema Único de Saúde (SUS), como é o caso da Santa Casa de Paranavaí “é falar de hospitais que financeiramente passam dificuldades”. Citou que os hospitais filantrópicos atendem em sua maioria o sistema público e “o SUS é deficitário quanto ao financiamento econômico desses hospitais. As dificuldades não são de hoje, elas vêm há tempos. A cada ano que passa, as dificuldades e o déficit aumentam. E agora chegou em níveis muito perigosos por conta da pandemia da Covid-19”.
Segundo o diretor, a pandemia teve grande influência no aumento do déficit dos hospitais filantrópicos, “porque tivemos que mudar nosso modo de funcionar, tivemos que reduzir o atendimento, os médicos tiveram que deixar de fazer os seus atendimentos e as cirurgias eletivas”, que implica em perda de receitas. Ele cita que, de outro lado, houve “um aumento muito grande” no gasto interno do hospital, porque o uso de EPIs (equipamento de proteção individual) praticamente quadruplicou. “Além dos gastos com os EPIs, também aumentou o valor unitário destes equipamentos. O que pagávamos R$ 0,10 agora estamos pagando R$ 2,30. Isso fez com que o desiquilíbrio aumentasse”.
Arrais finalizou afirmando que a Santa Casa e os demais hospitais filantrópicos estão aguardando do Governo Federal os recursos que já estão aprovados e previstos em lei para poder “voltar a respirar um pouco, porque no atual momento estamos passando muitas dificuldades. E tem hospitais que, com certeza, se estes recursos demorarem, amanhã ou depois serão hospitais fechados”.
Renato Guimarães diz que, diante desse quadro, as doações que a Santa Casa vem recebendo são fundamentais para manter as portas do hospital abertas. “Em nome de toda a minha diretoria, dos médicos e dos colaboradores, agradeço cada centavo doado. É esta ação fraternal, este sentimento de solidariedade que nos estimula a seguir em frente. Temos empresas, empresários, lideranças e pessoas simples que se irmanam no mesmo propósito de ajudar a Santa Casa. É um gesto maravilhoso. Imaginem como estaríamos hoje se não fossem estas ajudas? Só Deus pode retribuir estas generosas doações”, enfatiza o presidente do hospital.