O marceneiro Moacir Berlim ouviu numa emissora de rádio que a Santa Casa de Paranavaí estava precisando de TNT para a produção de máscaras que serão destinadas aos profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate à pandemia do novo coronavírus, a Covid-19. “Pensei comigo: vou ser mais um a só falar. Falar todo mundo fala. E resolvi ajudar”, conta ele, que esta semana esteve no hospital e entregou 161 metros de TNT, com 1.40 de largura, para a produção das peças de proteção individual para os profissionais de saúde.
Sem condições financeiras para bancar os custos do material “conversei com vários amigos” que ajudaram. Houve quem ajudou com dois reais e quem deu 50 reais. “Cada um ajudou com o que pôde”, diz ele, que na empresa que vendeu o TNT também conseguiu desconto para poder fazer o dinheiro render mais. “Eu não tenho condições financeiras no momento para fazer a doação sozinho. E também nem teria tempo para correr atrás disso. Mas numa situação dessas a gente encontra tempo. É só se esforçar”, ensina o marceneiro que faz móveis e agora também peças decorativas em MDF para sobreviver.
Berlim defende que “se cada um fizer um pouco” é possível ajudar o hospital, que é a referência na região para os pacientes do novo coronavírus. Hoje, diz ele, “se fala muito e se faz pouco”, arremata
A gerente financeira da Santa Casa, Marily Vasconcelos Gomes, que recebeu o material, elogiou a iniciativa do marceneiro Moacir Berlim. Segundo ela, são iniciativas como essa que tem minimizado os graves efeitos econômicos que o hospital vem sofrendo com a pandemia. “A Diretoria e todos os servidores agradecem mais esta doação e se emociona com a disposição do sr. Moacir, que, mesmo não tendo as condições, mobilizou seu grupo de amigos e viabilizou o material, que será empregado na produção de mais máscaras, que são importantes no nosso dia-a-dia para a proteção individual. Profissional contaminado, ainda que não tenha sintomas e não sofra com a doença, é afastado e significa perda de mão de obra qualificada no combate a pandemia”, diz ela.