APIP retoma atividades depois do impacto inicial da pandemia

Publicado em 25 de maio de 2020

Metas são preparar o agronegócio do Paraná para ampliar
produção e fugir das prolongadas estiagens, diz presidente

ApipPassado o impacto inicial da pandemia do novo coronavírus, a Covid-19, a Associação de Produtores Irrigantes do Paraná (APIP) está retornando as atividades. Criada em janeiro deste ano, com o objetivo de representar e defender os interesses dos produtores irrigantes e difundir esta tecnologia em território paranaense, a Associação paralisou as atividades em meados de março para evitar aglomerações. Agora os trabalhos terão sequência.

Ao anunciar a retomada das atividades, nesta segunda-feira, dia 25, o presidente da APIP, Demerval Silvestre, reafirmou que a entidade vai perseguir seus objetivos, criando um novo modelo para o agronegócio estadual. “Vamos seguir o modelo exitoso adotado pelos produtores rurais de Paranapanema (SP), que se organizaram na Cooperativa Holambra 2. A região é um exemplo de organização, é a segunda maior do país com lavouras irrigadas, sua produtividade está muito acima da média nacional e beneficia produtores e trabalhadores rurais”, afirma ele.

Silvestre disse que, no que se refere à representatividade do setor, em fevereiro, ele e o vice-presidente Ivo Pierin Júnior estiveram na Assembleia Legislativa do Paraná e obtiveram apoio dos deputados estaduais para a iniciativa. Citou, ainda, que algumas políticas públicas só são concedidas aos produtores organizados em associações ou cooperativas e por isso o setor deve estar unido em torno de entidades representativas.

A última atividade da APIP foi realizada em março, durante a Exposição Feira Agropecuária e Industrial de Paranavaí (ExpoParanavaí), quando foi realizada uma assembleia e, entre outras atividades, foram aprovados os valores das mensalidades para diferentes categorias: técnicos, produtores e pessoas jurídicas.

“Agora vamos concluir o processo de legalização da entidade e começar a prestação de serviços. Uma das metas, que já foi aprovada, é a realização de um grande seminário de irrigação, com palestras voltadas para a área técnica e também as formas de financiamento dos projetos”, informa o secretário-executivo da Associação, Claodemir Grolli. Segundo ele, em razão da pandemia ainda não é possível marcar datas. “Mas já estamos vendo possíveis palestrantes”, acrescentou.

A APIP é o desdobramento do Programa Estadual de Irrigação (Irriga Paraná), criado em setembro do ano passado pelo Governo do Estado, em atendimento a um pedido apresentado pelo Sindicato Rural de Paranavaí e Sociedade Rural do Noroeste do Paraná, com o apoio da Sociedade Civil Organizada de Paranavaí e Região. A reivindicação foi feita durante a ExpoParanavaí de 2019, apontando as possibilidades de crescimento do agronegócio paranaense com a adoção da irrigação pelos agropecuaristas do Estado. O pedido foi acatado pelo governador Ratinho Júnior, vice-governador Darci Piana e o secretário estadual de Agricultura, Norberto Ortigara.

Para a região do Arenito Caiuá, que envolve as microrregiões de Paranavaí, Umuarama e Cianorte e cerca de 100 municípios, a irrigação pode viabilizar a plantio de grãos, que acontece ainda de forma muito incipiente e pouco significativo para a economia regional e estadual. “Com a irrigação, o Paraná tem condições de passar de segundo para maior produtor de grãos do Brasil, ultrapassando o Mato Grosso”, sentencia Demerval Silvestre.

O vice-presidente da APIP, Ivo Pierin Júnior, que também está envolvido na tarefa da retomada das atividades da entidade, lembra que o Paraná ainda engatinha quando o assunto é lavoura irrigada. Segundo ele, apenas 0,7% da agricultura paranaense é irrigada. Na região, a área irrigada é pequena. Existem cerca de 15 mil hectares de várzeas as margens do Rio Ivaí e Rio Paraná, com plantações de arroz, e há pequenos núcleos de lavouras de grãos e de laranja irrigadas.

Há dois anos o Paraná está com chuvas irregulares, que em alguns momentos se caracterizaram como forte estiagem. Na região, houve uma perda na cadeia produtiva da laranja de cerca de R$ 300 milhões; a colheita da mandioca teve que ser adiada e as pastagens perderam força. “Me pergunto o seguinte: não vamos tirar nenhuma lição disso? A agropecuária vai continuar sendo castigada pelas chuvas irregulares e ficaremos de braços cruzados? Quando foi pedido o programa de irrigação ao Governo do Estado era justamente para reagir a esta situação. Por isso, vamos retomar os trabalhos da APIP com a expectativa de que, daqui alguns poucos anos, esta região e o agronegócio paranaense estejam mais fortalecidos”, diz Pierin Júnior.

Alda - 391x69

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.