Que a pandemia provocada pela Covid-19 contagia diariamente milhares de pessoas no Brasil todo mundo sabe, afinal, é assunto obrigatório e “favorito” da maioria dos meios de comunicação e das redes sociais.

Em meio a toda esta confusão, provocada principalmente pelo exagerado volume de informações, muitas vezes contraditórias entre si, um fato chama à atenção: a grande mídia insiste em mostrar, com muita ênfase, o ranking de pessoas infectadas por países.Agora pela manhã, como exemplo, a Rede Globo “anunciou”, em tom de exagerada preocupação, que o Brasil já ocupa o 4º lugar no mundo, destacando, com muita ênfase, que está quase alcançando o Reino Unido e à frente da Espanha e Itália.

Impossível afastar a hipótese de má fé.

As informações a respeito do ranking de infectados e mortos, da forma como estão sendo apresentadas, em nada contribuem para ajudar ou amenizar o clima de angústia da população. Muito pelo contrário. Mostram nosso País numa escalada frenética rumo ao topo do mundo em termos infectados e mortos.

Felizmente, apesar de triste e preocupante, a situação do nosso Brasil, em relação ao mundo, está longe de ser das mais graves.

O que não está sendo mostrado, ou levado em consideração, é a proporcionalidade.

Analisem este quadro, com números aproximados de habitantes, infectados e mortos:

Espanha

População: 46,940 milhões – Infectados: 231 mil – Mortos: 28 mil

Itália

População: 60,360 milhões – Infectados: 225 mil – Mortos: 32 mil

Reino Unido

População: 66,650 – Infectados: 246 mil – Mortos: 34 mil

Brasil

População 210 milhões – Infectados: 241 mil – Mortos: 16 mil

Considerando a proporcionalidade populacional:

Espanha

Se a Espanha tivesse a mesma população do Brasil teria cerca de 125 mil mortes e 1.032 milhão de infectados.

Itália

Se a Itália tivesse a mesma população do Brasil teria cerca de 111 mil mortes e 782 mil de infectados.

Reino Unido

Se Reino Unido tivesse a mesma população do Brasil teria cerca de 107 mil mortes e 775 mil de infectados.

Façam as contas.

É preciso mais responsabilidade social e profissional, decência, boas intenções e transparência.

Em tempo: a mídia deveria informar também que, graças a Deus, pelo menos até agora, a porcentagem de mortalidade no Brasil é cerca de 50% menor que a dos países mencionados.