Sicoob de Paranavaí doa R$ 70 mil a Santa Casa para compra de respirador

Publicado em 03 de abril de 2020

Várias empresas estão ajudando. Mas estoque de insumos
dá só para 15 dias. Há dificuldades para aquisição

Sicoob-doaO Sicoob Ouro Branco (Paranavaí) formalizou na manhã desta sexta-feira (03) a doação de R$ 70 mil para a Santa Casa. “Estamos doando o valor necessário para a aquisição de um respirador. Mas sabemos que neste momento há dificuldades para aquisição deste tipo de equipamento. Então, caso o hospital não consiga comprar o respirador, ele pode usar o dinheiro para outras necessidades, como lhe convier”, disse o presidente da cooperativa, Rafael Benjamin Cargnin Filho.
Segundo ele, “o interesse pela comunidade está dentro do princípio cooperativista”. Para Cargnin, o momento exige a colaboração e a participação de todos no enfrentamento ao novo coronavírus, o Covid-19, e “o Sicoob não iria e não vai se omitir”.
A Santa Casa é o principal hospital da região e o único com UTI. “Este hospital atende todo o extremo noroeste, onde estão concentrados 90% dos nossos cooperados”, acrescentou Cargnin, que assinou o documento ao lado dos diretores Edilson Piott (mercado), Francisco Puton (administrativo-financeiro) e Ecio Almir Oliveira (superintendente). Pela Santa Casa, assinaram o termo de doação o presidente Renato Augusto Platz Guimarães e o gerente financeiro Marcelo Salles Cripa.
Guimarães enalteceu a iniciativa da cooperativa de crédito. “Esta não é a primeira vez que o Sicoob faz uma doação generosa para a Santa Casa. Desta vez estão doando R$ 70 mil, mas como sabem que está difícil encontrar respiradores no mercado, se não conseguirmos fazer esta aquisição, estão nos deixando a vontade para usar os recursos de outra forma”, disse ele.
O presidente conta que a Santa Casa pediu a ajuda da cooperativa, mas que foi surpreendida com o valor da doação. “Foi uma boa surpresa. Não esperávamos este valor”, confessou Guimarães.
“Temos recebidos outras doações. São de empresários, pessoas jurídicas e da população. Doações como esta do Sicoob estimulam outras empresas a ajudar o hospital. E toda doação é importante, mesmo aquelas de menor valor, porque o que realmente interessa é o desejo de ajudar e o reconhecimento do trabalho da Santa Casa”, reforça o presidente.
BAIXO ESTOQUE – O gerente Marcelo Cripa antecipa que dificilmente conseguirá comprar o respirador com a doação. “O prazo mínimo de entrega (do respirador) que as indústrias estão pedindo hoje é de 150 dias. E esse é o prazo mínimo, pode ser maior”.
Assim ele não descarta a possibilidade do recurso doado pelo Sicoob ser usado de outra forma. “É um valor expressivo e que ajuda muito a Santa Casa. Se realmente não conseguirmos comprar o respirador, vamos usar os recursos em outros aparelhos”, explicou Cripa.
O gerente revelou que uma das maiores dificuldades no momento é comprar não só equipamentos, mas também insumos e, especialmente os EPIs (Equipamento de Proteção Individual) como máscaras, luvas e aventais impermeáveis, por exemplo. “A máscara cirúrgica custava em média 50 centavos, agora está custando quatro reais. É abusivo? Sim, é. Mas se você não quiser, outros querem e compram. Recebi uma proposta para comprar máscaras diretamente da China, a 40 centavos de dólar, cerca de dois reais. Mais barato. Mas a gente não sabe quando vai chegar e seria preciso comprar pelo menos um container e a Santa Casa não tem essa condição”, explicou ele.
Até agora, diz Marcelo Cripa, foram internados apenas três pacientes com síndrome gripal e infecção do aparelho respiratório com possibilidade de infecção pelo novo coronavírus (Covid-19), que posteriormente foram descartados pelos exames. Os casos suspeitos são colocados em isolamento. E sempre que aparece um paciente com alguns dos sintomas da doença, que acabam se revelando como sendo uma gripe mais forte ou uma pneumonia, os profissionais que vão atende-lo usam os equipamentos de segurança, aumentando a utilização destes materiais.
“Nossos estoques são suficientes para, no máximo, 15 dias. Neste momento, graças às doações e o que conseguimos comprar, não está faltando nada. Mas continuamos necessitando da ajuda da população”, reforça o gerente.
OUTRAS DOAÇÕES E CAMPANHAS – Algumas empresas da cidade e centenas de pessoas físicas têm se mobilizado para garantir os recursos financeiros para a Santa Casa enfrentar o coronavírus,. Empresas como a Prat’s e a Podium Alimentos e um grupo da Maçonaria fizeram doações entre 5 e 10 mil reais, através do Boleto Solidário. A Coopcana/Agrocana doou uma grande quantidade de álcool 70%.
O grupo Glevi’s convidou seus clientes para participar de um sorteio de R$ 4 mil, bancado pelas quatro empresas do grupo e juntou mais de R$ 12 mil, superando em poucos dias a meta de R$ 10 mil em 30 dias.
A Pédemais também lançou uma campanha com meta de levantar R$ 70 mil para comprar um respirador. Nesta sexta-feira, o valor arrecadado já estava próximo de R$ 40 mil e continua aberta. Neste caso, o empresário Khalil Soumaille Neto está restituindo o valor doado com mercadorias da sua loja de calçados.
Já o campus de Paranavaí do Instituto Federal do Paraná (IFPR) doou materiais de proteção à saúde para Santa Casa de Paranavaí, dentro da ação #IFPRcontraCovid. “Sabendo das dificuldades que os órgãos de saúde estão encontrando para aquisição de EPIs (Equipamento de Proteção Individual), o Campus Paranavaí realizou o repasse de 12 mil luvas descartáveis para o hospital”, informa o diretor José Barbosa Dias Júnior. Segundo ele, o material era do estoque da instituição para as aulas práticas de laboratórios.

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