Sindicato está apoiando a busca por fontes alternativas de
energia, irrigação, plantio direto e a agricultura de precisão
Ao discursar na abertura da ExpoParanavaí, na noite da última sexta-feira, o secretário estadual de Agricultura, Norberto Ortigara, manifestou sua satisfação pelo que viu no estande do Sindicato Rural de Paranavaí, que havia visitado minutos antes, junto com o vice governador Darci Piana. Eles foram recebidos pelo presidente Ivo Pierin Júnior, que também é vice-presidente da Associação de Produtores Irrigantes do Paraná (APIP), técnicos das duas entidades e da Balfar Solar, empresa que produz e comercializa placas de energia fotovoltaica e representa uma empresa fabricante de bomba híbrida de irrigação, que, funciona com energia solar e também com a energia convencional.
Ortigara fez a referência por considerar que a região vem praticando a moderna agricultura, como a irrigação, fontes alternativas de energia elétrica, modalidades de plantio conservacionista (no caso, o plantio direto da mandioca) e a agricultura de precisão, temas que estão sendo estimulados pela entidade sindical em sua participação na ExpoParanavaí, em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Senar-PR. Piana também fez elogios públicos pela inciativa do Sindicato Rural.
Antes da abertura, em entrevista, Ortigara disse como analisava a iniciativa da entidade em propor a inovação e a sustentabilidade como tema para o estande. “Eu não esperaria outro tipo de comportamento do Sindicato Rural, com pessoas bem centradas como tem o de Paranavaí e outras tantas cidades, no moderno sindicalismo, preocupados em defender, claro, o interesse dos agricultores, mas muito mais preocupado em fatos assim: como é que uso a ciência a favor do super refinamento da agricultura de precisão? Como é que eu deixo de ser besta, antieconômico e irracional, desperdiçando fontes importantes de energia – biomassa ou o sol que a região tem em abundância – pra fazer uso racional disso com pouco investimento? Como é que eu uso a água no processo de melhorar o desempenho, enfim? São todas ferramentas – claro que com visões estratégicas – que o Sindicato procura capitanear aqui na região, reunir a massa crítica técnica para tornar essa agricultura de mais resultados”.
O secretário refutou que o processo de modernização da agricultura está caminhando lentamente. “Não, não está. Tenho feito palestras no Paraná todo falando do desafio da tecnologia. É um caminho sem volta. Olhando em perspectivas, a gente vê assim: o tempo da força bruta já foi, o tempo só do solo fértil já foi – o solo continua importante – agora é o tempo da ciência, do conhecimento e da inovação!”. Segundo ele, “quer a gente queira, quer a gente não queira, essa digitalização, essa robotização, esse refinamento da tecnologia, da genética moderna, tudo isso vai chegar na roça. E é bom que a gente esteja preparado, pois esse é um caminho sem volta, que vai tornar a agricultura brasileira, a paranaense, de alto desempenho, incomodando os ‘grandes jogadores do mundo’. Confio nisso”.
Norberto Ortigara diz que o produtor rural já chegou no que se chama de agricultura 4.0. “Nós estamos mais evoluídos que a indústria brasileira, a indústria está mais lenta nesse processo. Esse é o caminho (da agricultura) e lutar contra é ruim. A agricultura vai trazer processos que economiza esforço, que economiza insumos, que levem materiais muito mais eficientes, produtivos, com mais potencial de produzir. Tudo isso vai chegando cada vez mais na roça”, diz ele.
O controle biológico – que já está entrando na pauta do Sindicato Rural -vai, na opinião de Ortigara, substituir, a passos largos, os pesticidas tradicionais. Tudo está sendo trabalhado, empiricamente ou de forma decisiva, para uma agricultura mais sustentável, de mais resultados. Até porque o mundo vai ter aí 9 bilhões de pessoas e (produzir) comida pra nós (brasileiros) é oportunidade (de negócios). O Brasil tem uma presença importante, se tornou importante nesse processo e o cenário é de nós ampliarmos a nossa participação. Poucos espaços do mundo tem a capacidade de produzir biomassa o ano inteiro como nós temos. Então, temos que usar isso a favor de uma agricultura que incomode, no bom sentido, é claro, outros produtores do mundo, de que a gente finque as bandeiras brasileira e paranaense nesses mercados consumidores”.
O titular da SEAB finalizou afirmando que produtividade e sustentabilidade é o o binômio da agricultura moderna. “Não tem como trabalhar sem ser de forma sustentável, (se não for assim) vai a bancarrota, quebra, vai a falência. Então tem que sustentar e, para isso, dosar. Nem toda tecnologia gera economia eficiente. É preciso usar as tecnologias que reduzem custos, que aumentem a eficiência e que tragam produtividade para baixar o custo médio e sobrar mais no bolso do produtor”, arrematou.