Um pendrive apreendido na casa de um ex-diretor da Odebrecht pode ser a chave do tesouro que os investigadores não conseguiam encontrar desde o início das operações – as senhas que permitem acesso ao conteúdo criptografado do sistema Drousys, a caixa de Pandora que guarda a movimentação de propinas pagas pelo Setor de Operações Estruturadas da empresa, com identificação de todos os beneficiários.
O pendrive estava em poder de Maurício Ferro, ex-diretor jurídico da Odebrecht, preso esta manhã (21) pela Operação Carbonara Chimica, 63.ª fase da Lava Jato. Ele contém quatro chaves de criptografia que permitem “traduzir” o conteúdo dos registros.
Segundo o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Luciano Flores de Lima, a PF e o Ministério Público Federal tinham sido acesso apenas à parte do sistema que não estava criptografadas, mas “agora, podemos ter acesso a novos arquivos nos quais pode haver detalhamento de pagamentos mais recentes que podem levar a novas investigações e ações penais.”
Cerca de 40 Policiais Federais cumpriram dois mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo e na Bahia. Os mandados foram expedidos pelo juiz Luiz Antonio Bonat, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, e objetivam a apuração de crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de capitais. O juiz também determinou o bloqueio de ativos financeiros dos investigados no valor de 555 milhões de reais.
As medidas visam esclarecer a suspeita de pagamentos periódicos indevidos a dois ex-ministros de Estado por parte de grupo empresarial ligado à engenharia e petroquímica, entre outras atividades.. Os valores eram contabilizados em uma planilha denominada “Programa Especial Italiano”.