Paraná livre de febre aftosa sem vacinação

Publicado em 25 de abril de 2019

será tema de fórum regional em Paranavaí


Encontro vai reunir produtores das regiões de Paranavaí,
Maringá, Umuarama, Cianorte e Campo Mourão

Carlos-CotaA Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), ligada à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), promoverá no dia 14 de maio, em Paranavaí, o Fórum Regional Paraná Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação. O evento será realizado no Centro de Eventos Armando Trindade Fonseca, a partir das 13 horas.

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Emater, Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep) e Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) apoiam o evento.

O Paraná já solicitou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o reconhecimento como área livre de febre aftosa sem vacinação. O Ministério autorizou a suspensão da vacinação e em maio será realizada a última imunização do rebanho bovino paranaense contra a aftosa. Desta vez, será vacinado o gado até 24 meses. A novidade este ano é que a vacina será de apenas 2 ml, o que provocará menor lesões aos animais.

No ano que vem, o MAPA fará um relatório pormenorizado do comportamento do rebanho bovino paranaense sem a vacinação para a Organização Mundial da Saúde Animal, também conhecida pela sigla OIE, que é uma organização intergovernamental, com sede em Paris, que sucedeu, à antiga Organização Internacional das Epizootias. Será a OIE que vai declarar, em maio de 2021, se tudo ocorrer dentro do previsto, o Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação.

Após a vacinação no próximo mês, em algum momento até 30 de agosto, as fronteiras do Paraná serão fechadas para entrada de animais suscetíveis à febre aftosa, com algumas exceções, como, por exemplo, o suíno para abate, ficando vedado para cria e engorda. Apenas animais de Santa Catarina, também área livre de aftosa sem vacinação, poderá ingressar no Paraná.

A febre aftosa é uma doença viral que atinge os animais de casco fendido (bovinos, ovinos, suínos e caprinos, por exemplo). Segundo o supervisor regional das Adapar em Paranavaí, veterinário Carlos Costa Júnior, apesar do pouco dano ao animal e de ser relativamente fácil debelar o foco, a febre aftosa é emblemática e o surgimento da doença demonstra fragilidade do sistema de defesa animal. “Ao ser reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação, o Paraná estará demonstrando ao mundo que tem um sistema robusto de defesa animal. E isto terá impacto também sobre outros segmentos, como a avicultura e suinocultura. A mensagem é: se não tem aftosa não tem outras doenças também, porque o sistema de produção é seguro”, explica ele.

Assim que for dado o start no processo, haverá duas consequências práticas para o pecvuarista: o primeiro é parar a vacinação e o segundo é fazer atualização do cadastro do rebanho, com informações do tipo quantos animais nasceram, quantos morreram etc, de acordo com as orientações da Adapar. A não atualização poderá gerar autuação ao produtor.

Também vice-presidente do Sindicato Rural de Paranavaí, Costa Júnior diz que o fechamento das fronteiras não deve impactar o mercado. Ele explica que, ano passado entrou no Paraná cerca de 101 mil cabeças de gado e saíram algo em torno de 42 mil. Ou seja, uma diferença de cerca de 60 mil cabeças, o que representa 0,6% do plantel bovino paranaense, estimado em 9,7 milhões de cabeças.

Continuarão liberados a transferências de embriões para a melhoria genética, embora o Paraná seja hoje um dos maiores produtos de touros para reprodução.

O supervisor regional da Adapar afasta também o perigo de desabastecimento, pois estará liberada a entrada de carne com e sem osso.

Um documento da Agência aponta que o represamento de animais destinados à cria/engorda representará pouco impacto à cadeia produtiva após as retirada da vacina contra a febre aftosa. Carlos Costa vai além: considerando que o Paraná têm cerca de 4 milhões de vacas, um aumento de apenas 1,5% no índice de natalidade já será necessário para cobrir eventual déficit.

A próxima etapa dos pecuaristas paranaenses após a OIE confirmar o Estado como área livre de febre aftosa sem vacinação, será buscar mercados alternativos. “Alguns mercados do Japão e Estados Unidos remuneram melhor a proteína animal quando a sanidade é garantida sem vacinação, pois é a demonstração de um sistema de defesa seguro”, finaliza Costa Júnior.

 

 

 

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