Moro aprendeu rápido

Publicado em 11 de dezembro de 2018

 o uso do bambolê na política

(por Ruth Bolognese) – Depois do silêncio durante todo o final de semana, o ex-juiz Sérgio Moro, futuro super ministro da Justiça, mostrou que aprendeu rápido o jogo de cintura que é parte essencial da política. Sobre as movimentações bancárias do ex-assessor e motorista de Flávio Bolsonaro, deputado estadual pelo PSL do Rio, que chegaram a R$1,2 milhões, Moro afirmou que o Ministério da Justiça “não interfere em casos concretos”.
“Sobre o relatório do Coaf sobre movimentação financeira atípica do sr. Queiroz, o sr. presidente eleito já esclareceu a parte que lhe cabe no episódio. O restante dos fatos deve ser esclarecido pelas demais pessoas envolvidas, especialmente o ex assessor, ou por apuração.”

Na primeira casca de banana, Moro mostrou que a figura do juiz rigoroso dos tempos da Lava Jato ficou no passado, e que no papel de ministro da Justiça não irá se colocar contra o presidente eleito e diplomado, Jair Bolsonaro em nome do combate sem tréguas à corrupção. Nem poderia ser diferente. Ao aceitar o cargo, Sérgio Moro passou a se guiar pelo projeto de governo de Jair Bolsonaro e denúncias que envolvam diretamente a primeira família exigem cuidado extremo.

Como se sabe, os depósitos e transferências na conta do assessor Fabrício Queiroz, ligado aos Bolsonaro há mais de 10 anos, foram revelados pelo COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Banco Central, no âmbito de uma operação “Furna da Onça” da Polícia Federal , que prendeu 10 deputados cariocas por suspeita de corrupção.

Além do total de R$ 1,2 milhões não condizerem com o salário recebido, revelaram uma transferência de R$ 24 mil para a primeira dama, Michelle Bolsonaro. O presidente eleito justificou o depósito como o pagamento de uma dívida e admitiu que pode ter fraudado o fisco. O montante não consta das declarações de renda do presidente eleito.

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