Servidores preparados para negociação

Publicado em 11 de dezembro de 2018

Servidores-Preparados“Desta vez, vamos para a negociação muito mais preparados que das vezes anteriores. Contratamos a assessoria de um economista e agora sabemos exatamente como estão as finanças da prefeitura. E os estudos apontam claramente que existem as condições para a concessão de aumento real de salarial. Nos últimos anos tivemos só a reposição da inflação. Nada de aumento real”.

A manifestação é do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Paranavaí (Sinserpar), Gabriel dos Santos Luiz, e foi feita durante a assembleia da categoria, quando foi elaborada a pauta de reivindicações a ser negociada com a Administração Municipal, Durante a reunião, ele insistiu na necessidade de os servidores se manterem unidos e mobilizados. “Não adianta ficar reclamando na cozinha das escolas, nas salas das UBSs, no pátio da Infra (Secretaria de Infraestrutura). O servidor tem que vir aqui e participar da assembleia”, reforçou.

Embora sem a presença de grande parte dos funcionários da Secretaria de Educação por conta de atividades nas escolas municipais, Gabriel avalia que a assembleia foi um sucesso. “Infelizmente os servidores da Educação não puderam ir. Talvez marquemos uma reunião só com eles para ouvi-los também. Mas, mesmo assim, tivemos uma excelente assembleia, com grande participação e muitos debates”, avaliou o presidente.

ESTÃO TIRANDO NOSSOS DIREITOS – Logo após a abertura da Assembleia, o diretor de Patrimônio do Sindicato, Décio Borges Monteiro, disse que está perdendo o otimismo em relação ao que tem visto em relação às condições de trabalho. Servidor da Vigilância Sanitária e técnico em segurança do trabalho, ele contou que há irregularidades em praticamente todos os ambientes de trabalho. “Estão tirando nossos direitos” disse ele, acrescentando que não vê qualquer preocupação com a saúde do trabalhador. “Nós já estamos até nos acostumando com a dor”, disse.

Sobre o vale-alimentação reivindicado pela categoria e que pode contemplar algumas classes ligadas a Educação, Décio opinou que “nós sabemos comprar nossa alimentação” e defendeu que o valor eventualmente a ser gasto com o benefício seja transformado em salário, que “poderemos levar para a aposentadoria”. Ele disse ainda que, devido a uma enfermidade, poderá se aposentar e se isso acontecer vai estudar para saber mais dos direitos do servidores. “Os nossos deveres nós conhecemos bem, mas ninguém fala dos nossos direitos. E temos que ficar unidos, porque ninguém vem aqui dar nossos direitos de graça”, defendeu Monteiro.

Também na abertura da assembleia, o vereador Professor Carlos Alberto João disse que “estamos vivendo um cenário desafiador” e que “precisamos nos mobilizar e nos organizar”. Lamentou que alguns setores da sociedade quer “criminalizar” os movimentos sindicais. “Temos que nos fortalecer”, sentenciou ele. Na visão dele, “somente unidos os servidores vão conseguir o aumento real (de salário)”.

Carlos lamentou que, embora tenha havido compromisso há vários meses, até aquela data ainda não havia chegado à Câmara Municipal nenhum projeto tratando da concessão de vale-alimentação aos servidores. “O prefeito disse que ia valorizar o servidor, mas até agora eu não vi nada”, disparou o vereador. “A Secretaria de Administração parece administrar uma empresa particular e não se preocupa com os problemas dos servidores”, complementou.

EXÉRCITO MAL REMUNERADO – Ao iniciar a coleta das reivindicações, Gabriel disse que está havendo um crescimento no valor da folha de pagamentos sem concessão de aumento aos servidores. “Estão contratando mais servidores, vem aí mais um concurso, criam funções gratificadas e cargos comissionais. Estamos nos tornando num grande exército, mas mal remunerados”, disse o presidente. “Poucos ganham muito e muita gente ganha pouco”, resumiu ele.

Entre as reivindicações apresentadas pelos servidores, farão parte da pauta: vale alimentação para todas as categorias; criação de equipe para substituir casos de falta de agentes de conservação; retorno da licença prêmio de 90 dias; revisão do decreto que regulamenta o atestado de acompanhamento; piso salarial dos ACSs; e concessão de plano de saúde aos servidores.

ÍNDICE DE AUMENTO – O presidente adiantou que na reunião de negociação a ser marcada com a Administração Municipal, em janeiro, depois de “fechar” o período para calcular o INPC, todas as secretarias terão representantes no encontro. Insistiu para os servidores mantenham atentos aos chamados do Sindicato.

Gabriel disse que ainda não sabe o índice de reajuste a ser reivindicado junto ao Governo Municipal. Mas faz uma previsão de algo de 7%, considerando o INPC, anuênio, avaliação de desempenho e aumento real. “É nesta linha que vamos trabalhar”, adiantou ele.

Quase ao final da assembleia, o presidente fez questão de fazer um reconhecimento. “Nós temos que cobrar sim, mas também temos que ser justo e reconhece o que é certo”, disse ele, referindo-se a iniciativa da atual Administração Municipal em ampliar o aporte financeiro para a Previdência. “O problema se arrasta desde os anos 90 e, se nada fosse feito, no futuro a Previdência do Município não teria como pagar os aposentados. O problema não ia ‘estourar’ agora. Ainda assim, a atual administração já começou a reforçar o aporte de recursos na Previdência”, disse ele. “Não tivemos aumento real ainda na atual administração como queríamos, mas temos que reconhecer esta iniciativa do prefeito”, disse Gabriel dos Santos.

Alda - 391x69

Um comentário sobre “Servidores preparados para negociação

  1. Eu como cidadão paranavaiense e também “patrão” do funcionalismo público veto este aumento, e digo mais, que meus colaboradores que não estiverem satisfeitos venham me fazer companhia na iniciativa privada. Mas já aviso, por aqui se passam anos sem reajustes e mordomias.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.