CONTRAPONTO
A Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná pediu a cassação dos registros de candidatura do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), que concorre ao Senado, e da governadora do estado, Cida Borghetti (PP), que tenta a reeleição. Na semana passada, o MP Eleitoral já havia pedido a impugnação da candidatura de Richa por verba pública que teria sido usada de forma irregular por ele em uma viagem a Paris.
Desta vez, segundo a Procuradoria, Richa foi convidado por Cida para participar de dez eventos oficiais de governo, embora já tivesse deixado o cargo para concorrer ao Senado. Para a procuradora Eloísa Helena Machado, isso configura abuso do poder político (veja abaixo a íntegra da Ação de Investigação Judicial Eleitoral).
Segundo ela, “além de realizar a promoção pessoal” de Beto Richa nos eventos, a governadora Cida “buscou se beneficiar com o prestígio conquistado pelo candidato durante sua gestão”.
A própria promotora diz que a aparição do candidato no evento não é proibida, mas declara que houve uma “participação de forma efetiva e em posição de destaque”, citando que Richa chegou a entregar cheques em nome do governo.
Em nota, a campanha de Richa informou que a ação da Procuradoria “não tem cabimento, pois eram eventos públicos anteriores ao período eleitoral nos quais o ex-governador Beto Richa foi convidado e neles não praticou qualquer ato administrativo”.
A assessoria de imprensa da governadora, Cida Borghetti, relatou que não houve “qualquer atuação em benefício da candidatura do ex-governador”, já que, à época, ambos não eram candidatos ainda. “A presença em eventos pontuais e públicos não teve finalidade eleitoral. Os devidos esclarecimentos serão prestados após a notificação, visando demonstrar a improcedência da ação”.