O senador Roberto Requião foi notificado ontem de que a Executiva Jovem Nacional do PMDB entrou com pedido no Conselho de Ética do partido, pedindo a sua expulsão. Alegam que Requião, que é presidente do PMDB no Paraná, não está seguindo as orientações do partido. Logo que foi notificado, Requião anunciou que vai pedir explicações porque o ex-deputado Eduardo Cunha, embora preso, não foi expulso e pedir o afastamento do presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, que responde por diversos inquéritos no STF. No mínimo ele (Jucá) precisa de tempo para se defender. Então é melhor ele se afastar da presidência do PMDB, ironizou Requião.
Requião, presidente do PMDB no PR, destinou 95 por cento da verba do partido aqui nas araucárias para a campanha do filho à prefeitura de Curitiba e os outros 5 por cento para uns e outros candidatos a vereador espalhados interland afora, coisa de quinhentão para um, quinhentão para outro.
O ôme está mesmo em fim de carreira, Parreiras. Alguém precisa avisá-lo. Ainda que se auto-intitule bacharel em direito ou ‘advogado por formação’, ele comete a maior bobagem jurídica que podia fazer em sua longa carreira política: já está com um pedido de expulsão contra si no partido, ou seja, com um pé fora do partido, e ainda quer protocolar pedido de explicações sobre outros problemas? Oras, então alguém de um outro partido vem e quer explicações por coisas que todos sabemos são de natureza ‘interna corporis’, que só dizem respeito aos integrantes do partido? O que vai ocorrer com certeza é isto: sua expulsão vai ser deferida e ele, já fora do partido, portanto, sem voz nenhuma nem interesse jurídico algum no pedido, vai querer que seu pedido de explicações dê em alguma coisa? Isto é trivial em Direito, Parreiras: falta de pressuposto processual para a admissibilidade de um pedido, ou seja, o interesse de agir e a legitimidade para fazê-lo precisam estar presentes. Caso contrário é tiro e queda em quem vem com essas aventuras jurídicas…