O dia seguinte

Publicado em 01 de setembro de 2016

Governo de Temer corre o risco de terminar antes mesmo de começar

Preservar os direitos políticos de Dilma Rousseff, no entendimento de muitos, foi um golpe engendrado por Lula e costurado com a ajuda de Renan Calheiros para blindar Dilma Rousseff contra a Lava Jato, que poderá estender-se a muitos envolvidos nos escândalos da Lava Jato.
Para o Estadão, se isso acontecer, o governo de Michel Temer corre sério risco:
“Todo cidadão honesto deste país há de estar estupefato com o desfecho do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Malgrado o fato de que a petista finalmente teve seu mandato cassado, levando alívio ao País, tão maltratado pela incúria administrativa e pelo desleixo moral da agora ex-presidente e de seu partido, um punhado de notórios personagens da vida política – desses que não se consegue identificar bem na escala biológica, porque são ao mesmo tempo animais de pluma, couro e escama – aproveitou a deixa para urdir uma maracutaia digna de uma república bananeira. O objetivo, claro, foi beneficiar todos os políticos facínoras que a Justiça está por alcançar. Mas o resultado da trama, do qual essa chusma de irresponsáveis talvez nem tenha se dado conta, é que o governo de Michel Temer, do qual vários deles esperam fazer parte e colher seu quinhão, corre o risco de terminar antes mesmo de começar”.

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Um comentário sobre “O dia seguinte

  1. Na mídia alemã: o homem das sombras assume
    POR FERNANDO BRITO · 01/09/2016
    A chamada da Der Sipegel é precisa: o novo presidente do Brasil é um homem das sombras, dos acordos, dos conchavos, não um produto da luminosidade das ruas deste pobre país dos trópicos.

    “Quase nenhum brasileiro votaria nele mas, de qualquer maneira, Michel Temer é agora o presidente. Com um gabinete completamente branco, totalmente masculino,representa a velha elite. Os líderes empresariais exultam.”

    Não é uma opinião isolada. A Deutsche Welle, diz que “os mais importantes jornais e revistas alemãos “questionaram a legitimidade do impeachment, classificado-o com um processo com motivação política”.
    O Die Zeit diz que Temer“conduz agora um governo que opera de maneira exatamente oposta àquilo que o povo escolheu ao eleger Dilma”
    “Até 2018, o Brasil terá que conviver com um governo que ninguém elegeu e que chegou ao poder de maneira altamente duvidosa. A democracia brasileira mergulha numa crise de confiança da qual vai demorar a se recuperar”
    Já o importante Frankfurter Allgemeine Zeitung e o Sueddeutsche Zeitung dizem que Lula é tão vencedor deste processo, pelas possibilidade de um novo discurso antigolpista em 2018. Este último, famoso por ter descoberto o escândalo dos Panama Papers.
    Dilma é uma das poucas políticas de alto escalão do país contra a qual não há acusações concretas de corrupção; e justamente o impeachment pode acabar por fortalecer o PT no futuro.
    “Dilma falou repetidamente de um ‘golpe parlamentar’. Com isso, a estratégia de argumentação do PT para a próxima campanha eleitoral já está definida. Lula voltará a se candidatar […] – hoje o político mais popular e impopular do Brasil”, afirma. “Pode ser que com a destituição do governo do PT comece, ao mesmo tempo, o renascimento do partido”, conclui.

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