Viotto diz que medida precipitada pode gerar desemprego

Publicado em 02 de julho de 2016

Só depois do acordo em Maringá é que deve ser assinada
a convenção coletiva de trabalho do comércio de Paranavaí

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), João Roberto Viotto, disse neste sábado (02) que o atraso na assinatura da convenção coletiva de trabalho por parte do Sindicato do Comércio Varejista de Paranavaí (Sivapar), atende uma reivindicação da entidade e tem fundamentos econômicos e visa “preservar empregos”.
“Nós precisamos esperar o acordo de Maringá para depois assinar a nossa convenção. Como a Aciap vai apresentar ao Sivapar uma proposta de calendário para ser negociado com o sindicato dos comerciários se não conhecemos o calendário de Maringá? Não podemos, por exemplo, fechar as portas do comércio de Paranavaí num dia em que tem feita de ponta de estoque em Maringá”, explica João Roberto.
Segundo o presidente do Sivapar, Edivaldo Cavalcanti. Em Maringá as negociações entre comerciários e a classe patronal ainda estão em curso. “Nosso Sindicato atende 32 municípios e não podemos nos precipitar. Precisamos ouvir e atender os apelos que vem das associações comerciais”, pondera ele.
De acordo com os líderes patronais, em Maringá, onde o presidente do Sindicato dos Comerciários, Leocides Fornaza, é o vice-presidente da Federação dos Empregados no Comércio do Estado do Paraná (FECEP), atrasa-se também a assinatura da convenção esperando a manifestação de outros grandes centros, como Curitiba, por exemplo. “Todo mundo quer se defender da evasão de consumidores e não dar motivo para isso”, acrescenta Viotto.
SEM PREJUÍZO – O atraso na assinatura da convenção coletiva de trabalho não gera qualquer prejuízo aos comerciários, garantem Cavalcanti e Viotto. É que todos os benefícios definido no acordo são retroativos a primeiro de julho. “Se demorar três meses a assinatura, quando sair, os empregadores terão que pagar a diferença salarial, de horas extras e até de férias”, explica o presidente do Sivapar.
Sobre a abertura do comércio aos sábados, por exemplo, motivo de polêmica nos últimos dois dias,Viotto e Cavalcanti reforçaram neste sábado que, até que seja assinado o novo acordo entre comerciantes e comerciários, vale a convenção anterior. “Está prevista na súmula 277 do Tribunal Superior do Trabalho, que trata da lei da ultratividade, além da Lei dos Costumes”, enfatiza Cavalcanti.
REVERSÃO SALARIAL – O presidente da Aciap lamentou que “todos os anos é a mesma pressão”, esclarecendo que não é razoável tomar atitudes precipitadas. Viotto entende que as ameaças de que o comércio não pode funcionar aos sábados à tarde sob pena de multa às empresas tem por objetivo forçar a assinatura da convenção.
“Mas não há razão para esta precipitação, que pode gerar enfraquecimento do comércio e desemprego, pois temos que nos adequar ao calendário de outros centros, como Maringá, Umuarama e Cianorte”, diz.
Segundo ele, a única justificativa seria o interesse do sindicato dos comerciários em receber a reversão salarial, que passa de R$ 1 milhão. “O único intuito com esta pressão só pode ser receber a reversão salarial”, diz, enfático, João Roberto. “Nenhuma cidade do Paraná, inclusive Curitiba – diz o presidente da Aciap -, fechou a convenção. E nós não podemos permitir que os interesses sindicais fiquem acima dos interesses econômicos de uma cidade, inclusive promovendo o desemprego”.

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