No Circo Brasil os espetáculos são deprimentes, sem graça, enfadonhos e podem ser classificados de terceira categoria. São tão ruins que dia desses demitiram sua
gerente, a Mulher de Bigodes, por mando indevido nas contas do circo, e que resultou na incapacidade de administrar. Colocaram no seu lugar um tal Temeroso que tanto atua na plateia como nos bastidores no uso de sua especialidade, o conchavo. Se dará certo é uma interrogação. Mas o problema do Circo Brasil não está apenas na gerência e nos espetáculos ruins que oferece; está no seu elenco e na organização de suas seções de controle.
Há uma que deveria fazer normas de interesse do circo e fiscalizar a aplicação do dinheiro arrecadado na bilheteria e há outra que deveria supervisionar tudo que a gerência faz, com poder de até demiti-la. Entretanto, não fazem a contento a tarefa, pois cada qual de seus membros trabalha para si ou para seu grupo; e o que deveria ser do bem da comunidade circense, que se dane!
Enquanto um circo comum procura manter elenco de primeira classe, diferenciando-se com trapezistas de renome, equilibristas de vanguarda, palhaços engraçados e vários animais exóticos e domesticados como leão, urso, elefante, etc., o Circo Brasil, na contra-mão de tudo, mantém palhaços sem graça, trapezistas inconsistentes, equilibristas inconstantes e o pior, com um plantel de animais que mete medo, uma lástima.
Pois veja você a audácia e o despropósito das coisas: até outro dia uma lula barbada, metida a sabichona é que, por debaixo dos panos, dava ordens à Mulher de Bigodes indicando-lhe – como um “espírito santo de orelhas” – a maneira de fazer isso e aquilo, com objetivo é claro, de se beneficiar do poder.
O resultado não poderia ser diferente: tudo foi pro brejo. Dizem que hoje ela manuesia seus tentáculos com veemência tentando se salvar da fritura, mas é pouco provável que isso aconteça.
Voltando ao quesito animais, o que se vê no Circo Brasil é que ali se desprezou o trabalho de famosos domadores, entregando-o para crustáceos decápodes, conhecidos como corruptos que com suas garras de pinças pegam para si parte do que é arrecadado com as entradas; e criam rombo nas contas. Convenhamos que esse desiquilíbrio quantitativo em relação aos leões, avestruzes, zebras, tidos como espécimes raros e bons protagonistas, é muito prejudicial.
A sorte – e motivo de esperança – é que ao tempo em que a bandalheira acontece, de uma das seções controladoras do circo surgiu um mouro, (ou seria Moro?) que passou a controlar as subidas e descidas das marés; e com paciência e trabalho de frade, sabendo que os corruptos se expõem na maré baixa, está conseguindo encontrar os esconderijos desses crustáceos e, com eles no embornal, está a pescar os grandes peixes causadores desse desastre, afinal, corruptos são excelentes iscas…
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Circo mesmo está a politica de Paranavaí… tem candidato que cada semana está atrás de um