PROPOSTA de antecipação das eleições presidenciais para este ano – referida como “golpe” pela presidenta Dilma e pela “cumpañerada” da bandeira vermelha – é um plano do ex-presidente Lula, segundo analistas políticos. Lula considera que não sabe o que lhe terá acontecido em outubro de 2018, data prevista no calendário eleitoral. Além disso, seria a oportunidade de uma “saída honrosa” para Dilma, sob ameaça de impeachment.
ALÉM da possibilidade de reaparecimento do câncer, Lula convive com a expectativa de eventual condenação judicial, em escândalos nos quais é investigado. Se esperar para disputar a sucessão de Dilma em 2018, é forte a possibilidade de Lula, se não estiver preso por corrupção, ter sido declarado inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.
A SUSPEITA é que sugestão original de antecipar a eleição, assumida pelo senador governista Valdir Raupp (PMDB-RN), foi acertada com Lula. Não por acaso, logo o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), aliado do Palácio do Planalto, declarou “simpatia” pela proposta. Para especialistas a proposta é inviável. Isto porque a alteração só poderia valer no ano seguinte à decisão e ainda assim o direito adquirido pela eleição de 2014 abriria espaço para uma enxurrada de questionamentos.
Saul Bogoni / Diário do Noroeste