“Conclui o relator pela admissibilidade jurídica e política da acusação e pela consequente autorização para a instauração, pelo Senado Federal, do processo por crime de responsabilidade promovido pelos senhores Hélio Pereira Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaina Conceição Paschoal contra a sra. presidente da República, Dilma Vana Rousseff.”
Resumidamente , este é o parecer do relator da comissão especial do impeachment na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO). Ele é favorável ao afastamento de Dilma Rousseff do comando do Executivo federal. Seu parecer pela abertura do processo de impedimento da presidente foi apresentado aos membros do comitê, na tarde de hoje. Ele aceitou a denúncia e abriu duas brechas para ampliar ainda mais o processo. Uma é a possibilidade do Senado incluir novas provas. A segunda é que sejam também discutidas as pedaladas fiscais do mandato anterior de Dilma.
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247 – A história da Inconfidência Mineira é o pano de fundo do golpe contra a democracia brasileira, em curso na Câmara dos Deputados.
Isso porque, na sala em que se desenrolam os trabalhos da comissão de impeachment, há a tela do pintor Rafael Falco (1885-1967), chamada “Tiradentes ante o Carrasco”, de 1951.
Nela, o herói nacional, cujo feriado se comemora no dia 21 de abril, se encaminha para a forca após ser traído por diversos delatores – o mais célebre de todos, Joaquim Silvério dos Reis.
Ontem, como relator do processo de impeachment, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), defendeu a cassação da presidente Dilma a partir da fragilíssima tese das “pedaladas fiscais”, onde ele teria enxergado “indícios” de crime de responsabilidade.
É a partir desses inícios que a Câmara, sob o comando de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), personagem que se tornou símbolo da corrupção global, por ser beneficiário de diversas contas no exterior e também aparecer nos chamados “Panamá Papers”, pretende cassar a primeira mulher presidente da República – cuja degola pode ocorrer às vésperas do 21 de abril.
Neste dia, o homenageado com a Grande Medalha da Inconfidência será o ex-presidente uruguaio José Mujica, que usará seu discurso em Ouro Preto (MG) para denunciar ao mundo o golpe em curso contra a democracia brasileira.
Um golpe condenado por artistas, intelectuais, professores, advogados, juristas, jornalistas, pelas Nações Unidas, pela Organização dos Estados Americanos e pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, entre diversas outras organizações. Mas que pode vir a se consumar, convertendo cada um dos deputados pró-golpe em novos Joaquins Silvérios.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/224406/Tela-de-Tiradentes-reforça-caráter-infame-do-golpe.htm