Com a manchete afirmativa “STJ autoriza investigar Richa no caso de corrupção da Receita”, publicada pela “Gazeta do Povo” – jornal do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM) – nesta terça-feira (02) viralizou-se a notícia por todos os meios de comunicação do País.

No mesmo dia, o assunto foi destaque principal da segunda edição do ‘Paraná TV’, da RPC TV, do mesmo Grupo, que não economizou minutos numa ‘ruidosa reportagem’ com riqueza de detalhes no passo-a-passo da Operação Publicano, com direito à retrospectiva dos principais fatos, entre eles, o depoimento do delator Luiz Antônio de Souza ao GAECO, de que a campanha eleitoral de Beto Richa teria sido beneficiada por dinheiro de propina de fiscais da Receita Estadual.

Deslizes, erros, enganos ou falhas só não são cometidos por quem nada faz. Esta é uma realidade aplicável a todos os segmentos sociais e, portanto, é passível de perdão, mas, desde que a ação que lhe dera causa tenha sido cometida por equívoco, e não premeditada, nem muito menos dissimuladamente orquestrada em favor de interesses indignos, porque aí a coisa muda de figura; desborda-se para a injustiça gritante!

No caso dessa publicação da ‘Gazeta do Povo’ E DO Paraná TV contra o governador Beto Richa tudo estaria correto se porventura não estivessem sobrando peças no tabuleiro da verdade. Porém, estavam e estão, ainda.

Veja-se; às 16h55 (02.02) a jornalista Carolina Brígido escrevera no Jornal ‘O Globo’: “Até à tarde desta terça-feira, ele [o ministro João Otávio de Noronha, do STJ] não havia decidido instaurar ou não o [pedido de abertura de] inquérito” contra Beto Richa, que ainda é um procedimento judicial sigiloso.

Muito estranho o fato de a competente equipe de jornalismo da RPC TV não ter tido conhecimento deste fato e haver levado ao ar na segunda edição do telejornal ‘Paraná TV’, a espetaculosa reportagem contra Richa, duas horas depois da publicação das 16h55 em ‘O Globo’, que integra as Organizações Globo, da qual a própria RPC TV é uma de suas afiliadas.

Não menos estranhável é, também, observar-se que, havendo o blogueiro curitibano Fábio Campana publicado às 18h43m em seu blog o post: “Erro da Gazeta. STJ não autorizou investigação de Beto Richa”, ainda assim, a informação não tenha chegado à equipe da RPC TV, que, contando com tempo suficiente, poderia ter abortado a tal reportagem, e deixado de levar ao ar tão grave deslize jornalístico contra Richa.

Igualmente censurável é que a “ruidosa reportagem” tenha apenas dado a entender ao telespectador que a investigação contra Richa “teria” sido autorizada pelo STJ e se iniciara por denúncia do Ministério Público, deixando de esclarecer que, em verdade começara por um pedido judicial anterior, do próprio Governador Richa em sua Reclamação nº 25.220-PR (2015/0132981-5), protocolada no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 08.06.2015, e ainda em andamento.

Vele esclarecer que a Reclamação de Richa ao STJ fundamentou-se no fato de que “órgãos de imprensa nacional (G-1-Globo, UOL, Valor Econômico) e estadual (Gazeta do Povo) divulgam constantemente notícias decorrentes do referido inquérito e do procedimento no âmbito do Ministério Público, a cargo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), Núcleo Regional de Londrina.”, segundo parecer do Relator da Reclamação no STJ, o Ministro João Otávio de Noronha, de 10.06.2015, publicado em 16.06.2015.

A Gazeta do Povo, de ontem (03), numa acanhada justificativa da gafe, tentou lavar as mãos, divulgando que “A informação inicial [publicada contra Richa] havia sido repassada pela assessoria de imprensa da PGR na segunda-feira (1º).”

Já a RPC TV, ciente da derrapada de jornalismo negligente, também de ontem (03.02,) na primeira edição do Paraná TV, em brevíssimos segundos, admitiu o erro e pediu desculpas, porém, só aos telespectadores.

Na edição do Paraná TV, também dessa quarta (03), a RPC TV manteve a “pose”, referindo-se ao infeliz fato, já por ela desmentido, como se ainda fosse verdade. Ao comentar a volta dos deputados aos trabalhos, disse o repórter: “[…] nos bastidores o principal assunto foi o pedido de abertura de investigação do governador Beto Richa no STJ na operação que investiga desvios na Receita Estadual”.

Em todas as suas declarações Beto Richa tem sido taxativo em ressaltar que é o maior interessado em esclarecer a verdade dos fatos.

Nossas razões
Com base na publicação equivocada da notícia contra Beto Richa pela Gazeta do Povo, o Blog do Taturana também a publicou. Cientes daquele nosso erro “pedimos desculpas ao leitor e de modo especial ao Governador”, através do post “Fomos injustos com Beto Richa”, e por isso fomos duramente criticados por um comentarista desinformado ou, quiçá, mal-intencionado, diante do que concluímos que o assunto carecia dos esclarecimentos que agora trazemos aos nossos leitores, porquanto não integramos nenhum partido político.