Por: O Antagonista
Um editorial do Estadão desmonta em um parágrafo a chance de Dilma Rousseff “renascer” pelas mãos de Nelson Barbosa:
“Com uma longa folha corrida, repleta de palpites infelizes sobre política econômica, o economista Nelson Barbosa assume o Ministério da Fazenda sem carência para testar sua capacidade e seus propósitos. O período de graça concedido, com frequência, a novos ministros é incompatível com seus antecedentes. De alguma forma ele parece reconhecer essa desvantagem. Desde sua confirmação para o novo posto, na sexta-feira, ele se empenha em refazer a própria imagem, na busca de uma confiança há muito perdida. Não deu certo, nem poderia dar, exceto se houvesse um grave surto de amnésia. A partir de setembro, duas agências de avaliação de risco, a Standard & Poor’s (S&P) e a Fitch, rebaixaram o crédito do País ao grau especulativo. As decisões foram anunciadas, nas duas ocasiões, depois de trapalhadas orçamentárias cometidas pela presidente com apoio do ministro do Planejamento e contra a opinião do ministro da Fazenda.”
O Antagonista gostou especialmente da frase “Não deu certo, nem poderia dar, exceto se houvesse um grave surto de amnésia”.
Como disse Ivan Lessa, “de quinze em quinze anos, o Brasil esquece o que aconteceu nos últimos quinze”. Mas o mercado não esquece, não.
Anos 80, um prefeito ai do Noroeste, “herdou” uma administração quebrada, falida. Sem dinheiro para selos dos ofícios que eram poucos, diga-se de passagem.
Não tinha curso superior, só a metade do médio. O que complementava com vivência.
Primeiro dia, mexeu no lay-out da sede: Fundiu secretarias – nove viraram quatro, cafezinho só no período da tarde, todos os veículos às 6 no pátio, viagens a Curitiba só de ônibus – vendeu o carro do gabinete (ia e voltava de casa pro trabalho no dele mesmo, a pé, de bicicleta). Chamou todos os credores – quase o comércio inteiro da cidade e vizinho, pediu parcelamento das dívidas cujos pagamentos iriam começar dali a seis meses – Explicou direitinho a situação, mostrou papéis e recebeu concordância geral – aliás, os credores nem falaram em juros. Duas escolas municipais na área rural foram fechadas – os pais compreenderam e se se viraram para levar os filhos às escolas da sede. Bem, durante um ano, a mãezinha do prefeito foi elevada à categoria de dona da zona. Foi durante aquele ano só. No seguinte, as coisas melhoraram. O cara terminou o mandato sendo levado da prefeitura até a casa dele – não comprou outro carro pro gabinete – nos braços do povo. Esse Barbosa ai será o que é, boneco de ventríloquo de Lula, de Dilma.