Escola Permanente de Educação para o Trânsito

Publicado em 01 de outubro de 2015

                                               O exercício da cidadania pressupõe o respeito às normas que regem o comportamento humano, tendo com escopo maior buscar uma sociedade cada vez mais justa e equilibrada. Portanto, preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da educação de um país.
Infelizmente, em relação ao trânsito muito pouco tem sido feito. No Brasil o trânsito é considerado um dos piores e mais perigosos do mundo, matando mais que os homicídios e o próprio câncer. É sintomático afirmar que são inúmeras as causas que agravam a desordem e o estado caótico existente em nosso trânsito. Dentre elas poderíamos citar o número excessivo de veículos em circulação, deficiência do transporte público, falta de estrutura para melhor fiscalização, desrespeito às regras de trânsito pelos usuários e pelos pedestres, ausência de processo educacional permanente e impunidade dos infratores.
Neste cenário sombrio, o cidadão vitimado responsabiliza o Estado do caos que o trânsito se apresenta, doutro lado, o estado tenta disciplinar os motoristas, com aplicações de sanções administrativas cada vez mais pesadas. É hora de parar esta queda de braço, e cada lado assumir definitivamente às suas devidas responsabilidades.
Nesta dialética, toda e qualquer melhoria no trânsito brasileiro, passa necessariamente pelo indispensável investimento em educação para o trânsito. Urge o imediato desenvolvimento no ser humano, a começar pelas nossas crianças, de ações de conscientização da melhor forma de utilização deste espaço público, aprimorando o respeito às regras e principalmente das relações sociais compartilhadas, para que uma nova concepção, uma nova cultura e um novo comportamento possam interferir diretamente e indiretamente na qualidade de vida de todos que convivem em sociedade.
Lamentavelmente, a aplicação do conceito de cidadania no trânsito, pelo Estado, só começa quando o indivíduo resolve tirar a sua carteira de motorista, momento em que sem qualquer formação prévia, envolvido por um ambiente culturalmente desfavorável, passa por aulas práticas e teóricas, num exíguo espaço de tempo, havendo a “presunção legal” que o indivíduo esteja preparado para o enfrentamento diário do trânsito após os testes. Este procedimento previsto na legislação é suficiente para melhorar o nosso trânsito? É óbvio que não! Precisamos investir na causa, ou seja, na falta de educação de formação básica, enfrentando definitivamente o problema.
São inúmeros os efeitos sociais nocivos que a falta de política educacional e preventiva no trânsito acarreta em nossa sociedade. Impacta diretamente nas demandas de serviços públicos. Os acidentes são fontes de múltiplas consequências, envolvendo o campo físico, psicológico, econômico, político, social, cultural, todos eles repercutindo negativamente de forma amplificada em nossa sociedade.                                                As perdas globais originadas das suas lesões são estimadas entre 1,0 a 3,0% do PIB do País, bem como, é responsável por sobrecargas dos serviços de saúde com alta demanda de profissionais de saúde, leitos hospitalares e unidades de terapias intensivas tendo em vista a gravidade dos quadros apresentados. As mães que choram as perdas dos filhos, envolvidos em acidentes, também têm que ser consideradas neste quadro assustador.
A partir deste contexto, um grupo da escola de líderes, promovido em parceria ACIAP/SEBRAE, desenvolveu um projeto fantástico, o qual será apresentado dia 06/10/2015 na ACIAP, às 16:00 horas, aberta a toda comunidade, com a proposta transformadora de executar uma “Escola permanente de Educação para o trânsito com aquisição de minicidade móvel”, cujo modelo poderá, inclusive, ser referencial para outras cidades, que terá como objetivo a médio e em longo prazo reduzir substancialmente os índices desfavoráveis atuais que encontramos no trânsito de Paranavaí.
A participação de toda comunidade é decisiva para consolidação deste importante projeto educacional!  Garantir segurança em vias públicas é dever do Estado, mas respeitar as Leis de Trânsito é dever de todo o cidadão, inclusive das crianças. Vamos pensar nisto!
Atenciosamente,
Grupo da Escola de Líderes
Ary Bracarense Costa Júnior
Ivan Rogério Santinon Carvalho
Lila Ignez Amatuzzi Costa Heckmann
Leila Vanda Aguiar da Silva
Isabela Michelassi

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3 comentários sobre “Escola Permanente de Educação para o Trânsito

  1. Parabéns a iniciativa de todos!
    Estou muito orgulhosa da minha amiga Leila! você é 1000

  2. Este é um tipo de informação que não faz muito sucesso, entretanto, é da maior importância.
    Parabéns!

  3. A importância da iniciativa é tamanha que sugere aula de educação no trânsito em nossas escolas, pelo menos uma vez por semana, sem obrigatoriedade presencial e nem necessidade de prova final.

    A maioria dos acidentes é causada, segundo pesquisas, por excesso de velocidade e desatenção.

    Curitiba, em outros estados, é tida como dotada de sistema de tráfego muito bom, ruas bem conservadas e sinalizadas, mas os seus motoristas são qualificados como barbeiros – estúpidos, apressados à toa, estressados e personalistas. Se acham…

    Nas nossas rodovias, medianamente sinalizadas e ídem para o estado de conservação, trafegam caminhoneiros cansados, doentes e três por um chapados, usuários de crack e cocaína. Motoristas de carros menores, exibidos, inconscientes e deseducados – uns excedem na velocidade, outros, os tais chapéus atolados, passeiam nas pistas.

    Ensinada a criança, o jovem na escola, eles, quando viajando ao lado dos pais, poderão lhes corrigir: “Olha, pai-mãe, o professor disse que é proibido dirigir e falar no celular – cê esquecu de botar o cinto – prá que dirigir tão colado no carro da frente – pai, é prá ultrapassar só com toda a segurança – pai-mãe, o professor disse que tanto o excesso de velocidade como a “tartarugagem” provocam acidentes nas estradas. Por ai….

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