PGR vai denunciar Cunha nas próximas horas

Publicado em 19 de agosto de 2015

A Procuradoria Geral da República (PGR) vai denunciar até amanhã o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por participação e beneficiário no esquema de corrupção na Petrobrás, no Supremo Tribunal Federal (STF).
A tendência é que Cunha seja enquadrado no crime de corrupção por envolvimento na Lava Jato. “A princípio é pelo menos esse crime. Mas ainda não há redação final”, adiantou um investigador. O deputado nega as acusações. “Não vou comentar. Só vou comentar quando houver fatos. Suposições eu não comento”, afirmou ele.
O presidente da Câmara vive um inferno astral. O relator da Lava Jato no STF, Teori Zavascki, negou pedido de Cunha para enviar ao Tribunal ação que tramita na Justiça do Paraná, na qual o lobista Julio Camargo citou o pagamento de U$S 5 milhões em propina ao peemedebista.
A defesa de Cunha enviou ao STF uma reclamação solicitando que a ação penal fosse analisada pelo Tribunal afirmando que o juiz Sergio Moro, do Paraná, teria usurpado atribuição da Corte ao investigar um parlamentar, que só pode ser alvo de apurações com autorização do Supremo. A decisão de Teori foi publicada hoje, mas a íntegra ainda não foi divulgada.
Como miséria pouca é bobagem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que Cunha tenta usar a Câmara e os parlamentares “como escudo”.
Em ofício enviado à Câmara, Janot ainda classificou de “levianas” as declarações de que uma diligência feita pela PGR no sistema de informática da Casa permitiu o acesso a informações de todos os 513 deputados.
O documento foi feito ontem e destinado ao deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que havia enviado documento perguntando se as declarações de Cunha eram verdadeiras. Em reunião com líderes partidários, segundo Chico Alencar, o presidente da Câmara havia sustentado que uma busca feita no órgão permitiu o acesso a informações de todos os deputados.
“A leviandade da declaração reside no fato de que tenta usar como escudo a instituição da Câmara dos Deputados – e, pela via da desinformação, seu pares – para atacar o Ministério Público Federal, embora a crítica à diligência seja de interesse exclusivo para a defesa do deputado Eduardo Cunha”, escreveu Janot no documento.
A avaliação de parlamentares é que Cunha fez essas afirmações para obter a solidariedade dos deputados contra a ação da Procuradoria na Câmara.

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