Aconteceu em Paranavaí…
Em idos passados, um político influente de Paranavaí, muito benquisto, mas que tinha e ainda o tem em o vício de ser seguidor e adorador inveterado do Deus BACO. E não é que em certo final de noite, foi fazer um Happy Hour em pleno horário de verão e num papo descontraído entre umas azeitonas, um amendoim torrado aqui uma porção da linguiça cabo de relho (aquelas que ficam vários dias expostas e só é fatiada na serrinha graças à consistência de uma gema de diamante em que se apresenta), ele fincou o pé no gole. Tomou tantas que o Aedys que o picou pegou cirrose hepática.
Eis que: Lá pelas tantas, já no virar da matina, feito Anu em fio de cerca em dia de ventania, cambaleando ora para lá e ora para cá, partiu em linhas tortas para casa. Não andou duzentos metros e viu aquele alvoroço. Era um velório. Ouviam-se as lamúrias e gritos estridentes das carpideiras contratadas para o evento. Uma aglomeração de encantar político.
Entrou ele pela porta dos fundos, caminhou vários passos, com a emoção fustigada pelo teor alcóolico e pelo pendor político de estar entre o povo, eis que com os cabelos em desalinho, voz embargada, lagrimas a rolar pela face, LEVANTOU O VÉU QUE COBRIA A TOSCA CAIXA DE MADEIRA EM QUE JAZIA O SER e passando insistentemente a mão sobre, começou a soluçar …
– Meu querido! Meu pretinho! Olha aí! sniff! Você deitado inerte, e frio meu pretinho. Olha no que a gente se transforma! Podes estar certo que eu cuidarei de tudo meu amigo, família, tudo. Pode deixar que não irei jamais desamparar os seus. Sniff! Sniff!
Eis que a consorte supérstite (viúva) colocou a mão sobre o ombro de nosso emocionado e etilizado amigo e disse:
– Meu querido senhor, O corpo está ali na sala, essa ai é minha “VIGORELLI” (Máquina de costura).
Não é estória é história do fim da linha do arenito Caiuá.
Sergio José – Old Rubens