Escândalo Diários Secretos: Assembleia deve devolver processo ao Judiciário

Publicado em 16 de abril de 2015

O Paraná assiste com preocupação o julgamento do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Nelson Justus (DEM), pela Comissão de Ética da ALP, por contratar irregularmente para o gabinete da presidência, durante seu período à frente da Casa, mais de 200 funcionários comissionados.
O que se percebe, é o receio de que, o fato de as sessões estarem sendo realizadas em segredo possa ser um indicativo de que este seja mais um caso a engordar a lista das impunidades.
Chamuscados pelos recentes episódios do início do ano que obrigou muitos a utilizarem o ônibus do choque por votarem projetos impopulares, a possibilidade da imagem do Legislativo ficar ainda mais comprometida preocupa os deputados. Por conta disso, nos últimos dias um requerimento teria percorrido os gabinetes propondo que as sessões passem a ser abertas.
Uma fonte confiável revela que não foi protocolada uma denúncia formal junto à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa. Que nem seria possível uma vez que o Ministério Público não conseguiu reunir provas suficientes para a condenação de Nelson Justus. A Comissão de Ética teria recebido uma cópia integral dos autos com a “recomendação” de que as sessões fossem secretas, pelo fato de o processo estar correndo em segredo de justiça.
Uma situação desconfortável para a Comissão de Ética e até mesmo para a ALP, uma vez que, em razão da intensa divulgação do caso pela Gazeta do Povo e pela Rede Paranaense de Comunicação, o povo paranaense está absolutamente convencido da culpa de Justus. Entretanto, o fato é que, apesar de todas as evidências de que o vergonhoso escândalo realmente aconteceu, o Ministério Público não conseguiu oferecer provas suficientes para incriminar Nelson Justos e, ao que parece, transferiu para a Comissão de Ética da Assembleia a responsabilidade de julgá-lo e dar a devida, ou indevida, satisfação à opinião pública.
E agora?
De mãos atadas pela “determinação judicial” ao presidente da Comissão de Ética, deputado Edson Praczyk, não restou alternativa a não ser posicionar-se contra a abertura das sessões, que em última análise, poderiam tirar os deputados integrantes da Comissão de Ética da “saia justa”, dando visibilidade e o devido conhecimento de todos os detalhes do processo ao público, devolvendo automaticamente a responsabilidade do assunto a quem de direito.
Como estão impedidos de assim proceder, os integrantes da Comissão de Ética deverão tornar públicos seus votos, possivelmente com as devidas justificativas, para em seguida devolverem o processo para o Judiciário para que retorne à Assembleia em condições de ser julgado ou que, para o desapontamento de todos, seja arquivado.
por: Taturana

Alda - 391x69

Um comentário sobre “Escândalo Diários Secretos: Assembleia deve devolver processo ao Judiciário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.