Desde o final da semana passada o que já era confuso ficou ainda mais enrolado. Ou para usar um termo bem popular, a política nacional virou “um samba de crioulo doido”. E não seria exagero afirmar que se transformou numa Torre de Babel.
Desde que foram divulgados os nomes dos políticos que serão investigados por eventual participação no desvio ou que foram beneficiados por recursos da Petrobrás, (alguns ainda continuavam até recentemente), a coisa ficou feia.
Os dois principais adversários das eleições presidenciais do ano passado, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), embora tivessem seus nomes citados nas delações premiadas, não apareceram na esperada lista.
Para complicar ainda mais, na noite de domingo, a presidente Dilma fez um pronunciamento à Nação. Muitos, ao invés de ouvi-la, preferiram fazer um panelaço, que também provocou reações diversas.
Para uns, reação justa e merecida contra a desastrada política econômica, para outros, reação da burguesia que usou panelas teflon com colheres de madeira (para não riscá-las) de barriga cheia.
E até mesmos os organizadores dos protestos programados para o próximo domingo não se entendem. Uns dizem que querem o impeachment da presidente, outros só querem manifestar insatisfação, pois entendem que ainda não há fundamentação jurídica para pedir o afastamento de Dilma e um terceiro grupo defende a volta dos militares.
A festejada Procuradoria Geral da República foi colocada em xeque pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB, que alegam que seus nomes apareceram na lista de investigados por manobra do Palácio do Planalto, deixando supor que Rodrigo Janot está a serviço do governo.
Com esse balaio de gato a reação na economia foi imediata: bolsa de valores caindo e dólar indo à estratosfera.
Quem está certo ou errado na história toda, o tempo dirá. Mas o que se espera agora, do governo e oposição, é um mínimo de bom senso, o afastamento imediato de idéias (e grupos) radicais.
O que a sociedade espera é apuração rigorosa dos desvios de recursos públicos, cadeia para os corruptos e estabilidade econômica. O resto é briga pelo poder. Existe muita discussão, acusação e nenhuma ação concreta em favor do País. Nem parlamentares do governo e nem da oposição se mostram capazes de apresentar alternativas (se é que estão interessado nisso) para tirar o País desta crise econômica e política.