A matéria abaixo é da Gazeta do Povo (Curitiba) e mostra q eu dez deputados federais estão fora do páreo para a reeleição, o que pode significar uma reeleição de 30% na bancada paranaense. É exatamente com base nesta informação antecipada, que o deputado estadual Teruo Kato se lançou na empreitada de disputar uma cadeira na Câmara Federal.
Eleição começa com 30% da bancada paranaense desistindo de reeleição
Dos 30 deputados eleitos em 2010, cinco pretendem concorrer a outros cargos eletivos, três não poderão disputar a eleição e um diz que não será candidato
O eleitor paranaense terá que se acostumar com novas caras em Brasília. Dos 30 deputados eleitos pelo Paraná em 2010, até dez podem não voltar a disputar cadeira na Câmara Federal – oito deles exercem mandato atualmente. Esses números mostram uma possibilidade de renovação alta na bancada paranaense. Na eleição passada, seis deputados eleitos não disputaram reeleição – cinco deles exerciam mandato.
Entre os deputados federais em seu último mandato estão dois dos parlamentares mais emblemáticos da direita e da esquerda paranaense, respectivamente. Abelardo Lupion (DEM) e Doutor Rosinha (PT) já decidiram que não participarão da disputa. “Sou o deputado mais antigo do estado, acho que já prestei meu serviço ao país. Vou cuidar da minha vida”, diz Lupion. Após seis mandatos na Câmara, Lupion não se candidatará a nenhum cargo, mas não deixará a política. Ele fará parte da coordenação de campanha à reeleição do governador Beto Richa (PSDB) e, depois, deve assumir a presidência da Fundação Democratas.
Rosinha tampouco deixará a política: ele disputa internamente a indicação do PT para ser candidato ao Senado. Entretanto, caso saia derrotado, não se candidatará a deputado pela quinta vez. “Já são quatro mandatos, de muito trabalho, mas entendo que [a Câmara] tem que renovar. Sou da teoria de que tem de haver um limite no número de mandatos. Como não há, estabeleci quatro.”
Outro com aspirações de disputar o Senado é Eduardo Sciarra (PSD), que está em seu terceiro mandato na Câmara. Ele depende da viabilização da candidatura de Joel Malucelli (PSD) ao governo do estado. Caso isso não ocorra, Sciarra ainda pode ser candidato a vice-governador ou mesmo a senador, em outra chapa. Mesmo no pior cenário possível, o deputado não cogita ser candidato à reeleição. Segundo sua assessoria, ele busca “novos desafios” dentro da política.
Situação parecida à de Rosane Ferreira (PV), em seu primeiro mandato na Câmara. A deputada quer ser candidata ao governo do estado, mas, “por princípio”, não disputará a reeleição. “Não é justo. Quem está dentro, com a máquina na mão, tem muita vantagem. É muito desigual para quem está fora”, diz. Ela pode, também, ser candidata a vice-governadora na chapa de Roberto Requião (PMDB).
Já Rubens Bueno (PPS) pode ser candidato a governador. Entretanto, caso não o seja, pretende disputar a reeleição. O PPS deve definir o que fará nas eleições apenas no dia 30.
Impedidos
Dois deputados, por motivos legais, já estão fora das eleições de 2012. André Vargas (sem partido), alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara, deixou o PT em abril. Para disputar as eleições, teria que estar filiado a uma legenda ininterruptamente desde 5 de outubro do ano passado. Já Cezar Silvestri (PPS) exerce cargo de secretário-chefe da Casa Civil no governo do estado. O prazo de desincompatibilização já passou, em abril. Ele havia anunciado que não pretendia disputar as eleições.
Completam a lista Ratinho Jr. (PSC) e Cida Borghetti (Pros), que disputarão as eleições para deputado estadual, e Moacir Micheletto (PMDB), que faleceu em 2012, vítima de um acidente de carro.
Ratinho Jr. e Cida miram a Assembleia
Para a maioria dos políticos brasileiros, o caminho natural é ser eleito vereador, deputado estadual e, após conseguir uma base política sólida, tentar a sorte em Brasília. Entretanto, para dois deputados federais paranaenses, o caminho será inverso. Por motivos políticos e familiares, Ratinho Jr. (PSC) e Cida Borghetti (Pros) querem voltar à Assembleia Legislativa. Já Valdir Rossoni (PSDB), Ênio Verri (PT), Toninho Wandscheer (PT) e Osmar Bertoldi (DEM) pretendem deixar Curitiba e exercer mandato em Brasília em 2015.
Para Ratinho, o retorno à Assembleia é um passo para trás visando dois passos para frente. Recordista de votos para deputado federal em 2010, ele pretende usar seu alto capital eleitoral para aumentar a bancada estadual do PSC – que hoje conta apenas com dois deputados. Ele não esconde querer ser governador do Paraná, e acredita que terá mais chances ficando em Curitiba, próximo ao eleitor, com uma bancada estadual forte. Além disso, ele alega que, em Curitiba, poderá passar mais tempo com sua família.
Já Cida deve retornar pa¬¬ra a Assembleia porque seu marido, Ricardo Barros (PP), disputará uma vaga na Câmara Federal. Ele foi deputado até 2010, quando deixou a Câmara para tentar se eleger senador. Além de Cida, a filha do casal, Maria Vitória, também será candidata a deputada estadual, pelo PP.
Voos mais altos
Já Rossoni, Verri, Wands¬cheer e Bertoldi devem seguir o caminho mais tradicional e buscar uma cadeira na Câmara Federal. Rossoni diz que não poderia ficar na Assembleia depois de exercer a presidência por uma legislatura inteira. “Se eu permanecer, terei que ser candidato a presidente novamente, e isso não é bom para a Casa”, diz. Ele diz que nem sequer cogita voltar para a Assembleia em 2015.
Verri diz que sua candidatura é parte da estratégia do PT de aumentar sua bancada federal. Ele diz, ainda, que pode contribuir mais para o estado trabalhando em Brasília do que ficando na Assembleia.
Ex-prefeito de Fazenda Rio Grande, Wandscheer avalia que o momento é propício para candidaturas da Região Metropolitana de Curitiba. Alguns nomes fortes na região, como Ratinho, Rosane Ferreira (PV) e Luiz Carlos Setim (DEM) não disputarão as eleições. A reportagem tentou entrar em contato com Osmar Bertoldi (DEM), mas não teve sucesso.