Análise: Como Requião confirmou candidatura

Publicado em 21 de junho de 2014

Quando Roberto Requião (PMDB) se elegeu, em 2010, para um mandato de oito anos como senador da República, analistas diziam que seria sua última eleição e que depois de deixar a Câmara Alta penduraria as chuteiras. Para corroborar esta análise e reforçar a tese, até meados do ano passado, lembravam que ele perdeu a convenção municipal de Curitiba e a estadual que escolheram os novos dirigentes partidários.
Em junho do ano passado, quando o país foi sacudido por manifestações desgastando o Governo Federal e o PT, muitos paranaenses passaram a acreditar que Requião poderia ocupar o lugar que estava destinado a senadora petista Gleisi Hoffman, até então a única pré-candidata em condições de disputar em pé de igualdade as eleições deste ano contra o governador Beto Richa (PSDB). Depois veio o episódio envolvendo o deputado André Vargas, que desgastou ainda mais a petista e ajudou Requião a crescer nas pesquisas de intenção de votos.
No final do ano passado tornou-se público que o Paraná vivia uma grande crise financeira, com obras paradas e faltando dinheiro até para consertar viaturas policiais que estavam em oficinas a espera de pagamento para serem liberadas. Tal fato desgastou o tucano Beto Richa e Requião continuou crescendo nas pesquisas.
Mas Requião, apesar do crescimento, tinha que consolidar sua candidatura dentro do próprio PMDB. E teve que percorrer o Estado todo em busca de votos. De quebra passou a difundir que os que não queriam a candidatura própria e defendiam a aliança com Beto Richa, como queria a maioria dos deputados estaduais do partido, estavam “vendidos”. A estratégia deu certo. E ontem ele conseguiu garantir sua candidatura.
Requião tem 73 anos, é formado em direito e em jornalismo. Ele foi governador do Paraná entre 1991 e 1994 e entre 2002-2010, por dois mandatos seguidos. O atual senador também já foi prefeito de Curitiba, nas eleições de 1985, a primeira após a ditadura militar. Requião também já foi deputado estadual e secretário estadual de Desenvolvimento Urbano. Atualmente, Requião cumpre o segundo mandato como senador.
Com a confirmação da candidatura de Requião ao Governo do Estado, a presidente Dilma Rousseff (PT) ganha um segundo palanque no Paraná, muito embora o senador não venha poupando a petista Gleisi de suas críticas.
Mas como dizia o craque Didi na década de 50, “treino é treino, jogo é jogo”. E o verdadeiro jogo eleitoral está começando agora. E ainda não se sabe quem são os adversários, uma vez que além de Beto, Requião e Gleisi podem aparecer outros concorrentes, como Rubens Bueno, do PPS, e Rosane Ferreira, do PV, que também é cotada para ser vice de Requião.
Segundo um jornal de circulação nacional, “Requião está em segundo lugar nas pesquisas. Sua candidatura confirmada pode ajudar, neste momento, a evitar uma vitória de Richa no primeiro turno, assim como tirar Gleisi da disputa”.

Alda - 391x69

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.