O governador Ratinho Junior (PSD) e o secretário de Educação, Renato Feder, anunciaram que a volta às aulas presenciais acontecerá de forma gradativa a partir do dia 10 de maio no Paraná. A decisão foi divulgada em coletiva de imprensa no Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, nesta terça-feira (4).
A resolução do retorno das aulas presenciais no Paraná foi tomada pelo Governo do Paraná, em conjunto com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), com base em estudos de países que apontaram que a escola não é um local de grande transmissão do vírus.
“Nós estamos vendo um aumento de agressão a crianças dentro de casa e a escola também tem a função de monitorar a relação em casa. Além da questão do aprendizado que é muito importante”, explicou Ratinho.
O volta às aulas deve acontecer paralelamente à vacinação dos profissionais da educação, programada para este mês. “A abertura vai acontecer de forma gradual. Priorizamos nesse primeiro momento escolas em municípios que já abriram os colégios pela questão do transporte escolar e também escolas mais vulneráveis, de alunos que não têm acesso as aulas on-line”, argumentou Feder.
VOLTA ÀS AULAS PRESENCIAIS NO PARANÁ ACONTECERÁ DE FORMA GRADATIVA
Nas escolas que reabrirão para atividades presenciais, será adotado o modelo híbrido de ensino, ou seja, parte dos alunos assistirá às aulas presencialmente, em sala de aula, enquanto a outra parte acompanhará remotamente, vendo as aulas ao vivo.
Para isso, as salas de aula estão equipadas com computadores e internet, possibilitando que os professores interajam com ambos os grupos de estudantes.
As instituições de ensino seguirão um protocolo de segurança, garantindo distanciamento de 1,5 metro entre os estudantes, disponibilizando álcool em gel, reforçando a obrigatoriedade do uso de máscara e aferindo a temperatura de alunos e funcionários na entrada do colégio. Distanciamento, uso de máscara e aferição de temperatura também são regras dentro do transporte escolar.
O retorno presencial das aulas no Paraná não é obrigatório. Pais, mães ou responsáveis legais que desejem o retorno dos estudantes devem assinar um termo de autorização a ser entregue na instituição de ensino.Os alunos que optarem por não ir às aulas presencialmente continuarão no ensino remoto (que inclui as plataformas digitais do Aula Paraná, videoaulas no YouTube e TV aberta, além do kit pedagógico impresso), que acontece desde o início deste ano letivo, em 18 de fevereiro.
VACINAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO X RETORNO DAS AULAS
Ratinho Junior passou a defender que a volta às aulas dependeria da vacinação dos professores e funcionários das escolas desde março, quando entrou em consenso com a APP-Sindicato, que representa os profissionais da Educação.
Até janeiro, o governador falava que vivia em guerra o sindicato. Contudo, a APP-Sindicato se mostra contrária à volta das aulas neste momento e defende que o retorno só será seguro quando 70% da população estiver vacinada.
O tema das atividades escolares presenciais têm sido duramente cobrado da administração estadual nas últimas semanas. No fim de abril, Feder participou de uma sessão com deputados e foi questionado sobre o calendário. Na ocasião, ele reiterou que a retomada dependeria da vacinação.
Na semana passada, o secretário da Saúde, Beto Preto, levou o pedido de antecipação da vacinação do setor da Educação ao Ministério da Saúde. O documento, que também pedia mais 78 mil doses ao Estado, foi entregue após conversa por telefone entre o governador Ratinho Junior e o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
VOLTA ÀS AULAS PRESENCIAIS JÁ FOI ADIADA QUATRO VEZES PELO GOVERNO DO PARANÁ
A retomada das aulas presenciais já foi adiada pelo governo do Paraná em quatro ocasiões. Mais de um milhão de alunos estão sem ir para a escola há mais de um ano – mais especificamente desde o dia 16 de março de 2020.
No último adiamento, a SEED (Secretaria de Educação e do Esporte) suspendeu o retorno previsto para o dia 15 de março mesmo após aprovação da lei estadual que tornou a Educação como atividade essencial. Além disso, a APP-Sindicato anunciou greve caso as atividades retornassem.
A suspensão do retorno foi justificado por Ratinho Junior com o agravamento da pandemia causado pela variante de Manaus. Testes da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) identificaram que a nova cepa, mais transmissível e mais agressiva, passou a predominar no Estado.
Diante do caos no sistema de Saúde, o Paraná viveu março sob o decreto restritivo até o momento. No dia 16 daquele mês houve recorde na fila por leitos com 1.357 pacientes aguardando por internação – eram 641 pessoas precisavam de UTI e outras 716 por uma vaga em enfermaria.
Segundo o último boletim, o Estado acumula 949.530 casos confirmados e 22.529 mortes por coronavírus. Com a taxa de ocupação das UTIs em 92%, o governo estadual flexibilizou as restrições para o Dia das Mães, celebrado no próximo domingo (9/5).
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