SERINGAS E LUVAS
Aumento de preços pode provocar nova crise financeira na Santa Casa

Publicado em 22 de janeiro de 2021

CrippaO gerente financeiro da Santa Casa de Paranavaí, Marcelo Cripa, manifestou nesta sexta-feira (22) preocupação com o aumento de preços em alguns produtos largamente utilizados no hospital, como seringas descartáveis e luvas de procedimento. As seringas, de acordo com o tamanho, tiveram uma variação de preços entre 45% e 60% e as luvas descartáveis aumentaram seu valor em 350%. “O dinheiro de custeio do hospital é o mesmo de antes da pandemia da Covid”, diz ele.

Em abril, a Santa Casa de Paranavaí instalou uma ala, com leitos de enfermaria e de UTI, exclusiva para atendimento de pacientes contaminados com o novo coronavírus. Tornou-se o hospital referência aos 28 municípios para os casos de Covid.

Cripa explica que a Santa Casa utiliza, em média, 1.150 caixas de luvas por mês. “Cada vez que um técnico atende um paciente, ele usa um par de luvas novos”, lembra. Até antes da pandemia, o preço da caixa era de R$ 16,00. Assim a despesa média/mês com as luvas era de R$ 18.400,00. O preço atual é de R$ 71,00, elevando para R$ 81.650,00. “Estamos falando apenas de um item e de um mês”, acentua ele.

As seringas é um dos itens que mais se utiliza no hospital. São de 5, 10, 20 e 1 ml. O consumo médio de seringas de 10 ml, só para dar um exemplo, é de 17.800 unidades por mês. O valor desta seringa aumentou 50%. Acredita-se que o aumento dos preços das luvas e seringas foram impulsionados pelo início da campanha de vacinação contra o coronavírus.

Outros produtos, como as máscaras, cujo valor chegou a subir 14 vezes a caixa, os preços foram reduzidos, mas ainda estão acima do que se praticava antes da pandemia.

No início da pandemia, com a elevação das despesas e a queda de receitas, a Santa Casa enfrentou um grande desiquilíbrio financeiro. Recursos vindos dos governos estadual e federal minimizaram a crise. Agora a situação começa novamente a fugir do controle. “Os preços estão subindo e o dinheiro do SUS é fixo. O volume de recursos que usava para comprar determinados produtos, agora compro menos da metade com o mesmo recurso. Voltamos a contrair dívidas e temos dificuldades para saldá-las”, diz o gerente financeiro do hospital

 

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