Livre de aftosa sem vacinação, o Paraná buscará mercados que remuneram melhor

Publicado em 18 de agosto de 2020

MAPA reconheceu Estado como área livre de aftosa sem
vacinação, último passo antes da chancela internacional

CostaNesta quarta-feira, dia 19, o Paraná vai entregar à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a documentação que levou o Estado a ser reconhecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como área livre de febre aftosa sem vacinação, último passo antes de receber o selo internacional. O reconhecimento global deve acontecer em maio de 2021 e permitirá que os produtores paranaenses busquem melhores mercados. “Primeiro o Paraná tinha que obter o reconhecimento interno. Agora vamos buscar o reconhecimento internacional”, diz o veterinário Carlos Vieira da Costa Júnior, vice-presidente do Sindicato Rural de Paranavaí.

Em novembro de 2019 o Paraná suspendeu a vacinação contra a febre aftosa e em janeiro último passou a impedir entrada de bovinos e bubalinos de outros estados (exceto Santa Catarina, que já era área livre de aftosa sem vacinação) para cria, recria e engorda. Desde então, esses animais só entram no Estado para abate imediato, ou para cruzarem o território paranaense, em direção a outros Estados. São as chamadas cargas lacradas.

Assim que a medida foi adotada, houve especulação de que poderia faltar gado no Estado. “Não é o que está acontecendo. O Paraná tem vendido muito gado jovem para outros estados por conta do preço. Se faltar vai ser por excesso de venda e não por falta da entrada”, analisa o veterinário. Ele explica que os bezerros estão sendo vendidos especialmente para São Paulo, onde ganham peso e são abatidos. “Está faltando proteína animal no mercado internacional. Por isso esta demanda e a elevação de preço do gado”, explica o vice-presidente do Sindicato.

Costa não vê prejuízo neste modelo de mercado, já que o gado vendido paga imposto ao Paraná, apesar de reconhecer que a agregação de valor aconteça no estado exportador. Em contrapartida, a agregação de valor dos animais abatidos no Estado e não exportados para outro estado acontece na transformação do boi em carne e subprodutos. A China é hoje o maior comprador de carne bovina brasileira, que tem operado com outros Estados. No Paraná, o país asiático adquire aves e suínos.

MELHORES MERCADOS – Assim que a OIE reconhecer o Paraná como área de livre de febre aftosa sem vacinação, a pecuária paranaense terá um selo que permitirá buscar mercados que remuneram melhor o produto. “Este reconhecimento é um selo de qualidade e dá segurança sanitária para quem compra”, atesta o veterinário.

Ele aponta que o reconhecimento não beneficia apenas a pecuária. “O reconhecimento mostra que, de uma maneira geral, o Paraná tem um robusto sistema de controle sanitário”, aponta Costa, lembrando que a suinocultura, por exemplo, é beneficiada direta e mais rapidamente.

Carlos Costa assinala que o reconhecimento internacional do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação é o coroamento de uma luta de 54 anos de combate e erradicação da doença. É a demonstração de que todos os protocolos nacionais e internacionais de sanidade animal foram cumpridos e o controle sanitário continuará com a proibição de entrada de animais dos estados que ainda mantêm a vacinação. “Não há porque não acontecer o reconhecimento internacional”, diz Costa.

Para Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), do qual o Sindicato de Paranavaí faz parte, “o reconhecimento por parte do MAPA é parte do processo, cujo objetivo maior é que o Paraná obtenha a chancela internacional, o que deve ter um impacto muito positivo para o nosso agronegócio. O reconhecimento mundial abre mercados mais sofisticados não só para a bovinocultura, mas para toda a nossa pecuária. É um selo que temos sanidade”.

Alda - 391x69

Um comentário sobre “Livre de aftosa sem vacinação, o Paraná buscará mercados que remuneram melhor

  1. Parabéns a todos os personagens envolvidos no processo pela conquista grandiosa e valiosa a Pecuária e ao Estado do Paraná.
    Trabalho árduo, demorado e delicado mas com determinação e persistência. Capitaneado pelo Secretário Norberto Ortigara, Adapar, Faep, Sindicatos Rurais e Produtores pecuários.

Deixe uma resposta para gabriel back Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.