IDR vai propor a criação de Grupo de Trabalho para discutir irrigação na Mesorregião Noroeste

Publicado em 09 de julho de 2020

Irrigação-01A coordenação da mesorregião do noroeste do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), vai propor à Direção do órgão e à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SEAB), a qual está vinculada, a criação de um grupo de trabalho para discutir e consolidar o Programa Estadual de Irrigação – Irriga Paraná, lançado no ano passado, mas ainda sem trabalhos concretos. O IDR é resultado da fusão do IAPAR, Emater, Codapar e Centro Paranaense de Referência de Agroecologia (CPRA),A decisão foi tomada durante reunião entre o presidente em exercício da Associação dos Produtores Irrigantes do Paraná (APIP), Ivo Pierin Júnior, e o coordenador da Mesorregião Noroeste do IDR, Cristovon Ripol, esta semana, em Paranavaí. Uma das pautas da reunião foi avaliar o Irriga Paraná que ainda não saiu do papel. A demora para colocar o programa em prática, levou a Diretoria da APIP a encaminhar ofício ao governador Ratinho Júnior, agradecendo por ter acatado o pedido de lideranças do noroeste e criado o Irriga Paraná, mas reclamando que ele ainda não está sendo operacionalizado.

“O Natalino (Natalino Avance de Souza, presidente do IDR-Paraná) e o Norberto (Norberto Ortigara, secretário estadual de Agricultura) me pediram para tratar deste assunto e ouvir as demandas”, disse Ripol logo que o assunto começou a ser discutido. O governador Ratinho Júnior havia despachado o ofício da APIP à SEAB

Pierin e o secretário-executivo da APIP, Claodemir Grolli, pontuaram que, apesar de anunciado, ainda não se viu a redução do ICMS dos equipamentos de irrigação, não estão regulamentadas as linhas de crédito especial para o setor, não houve desburocratização para as outorgas ambientais e o sistema de distribuição de energia elétrica não foi ampliação.

As lideranças reclamaram que, na prática, o Irriga Paraná ainda não existe e não se sabe sequer como será operacionalizado, já que o programa envolve várias secretarias estaduais e pelo menos uma empresa estatal e não tem um órgão transversal de coordenação. Pediram que a iniciativa privada participe dos debates em torno da organização efetiva do projeto.

Também foi apontado a necessidade de vencer alguns tabus na área ambiental. Pierin citou que é preciso esclarecer à sociedade que a irrigação defendida pela APIP é do modelo praticado em Paranapanema (SP), onde os produtores aproveitam as águas pluviais. E que, quando se utiliza as águas dos rios, é mantida o curso, tendo a menor interferência possível. 

No encontro também foi evidenciado a necessidade de o Governo entender que o programa não contempla apenas a região noroeste, mas todo o Estado, inclusive fortalecendo sua economia. Como exemplo os dirigentes da Associação citaram que nos últimos dois anos, por conta da estiagem e chuvas irregulares a citricultura deixou de faturar algo em torno de R$ 300 milhões. Se esta comercialização tivesse se concretizado, haveria um impacto positivo nos cofres estaduais.

CAPACITAÇÃO – Ripol se dispôs a levar uma proposta ao comando da agricultura no Estado de criação de um grupo de trabalhos com técnicos de campo para discutir o assunto e se capacitar para trabalhar com irrigação. “Temos que dar corpo a este projeto”, asseverou o coordenador do IDR-Noroeste, que quer a participação da FAEP/Senar e da UEM na capacitação dos técnicos, inclusive da iniciativa privada, que deve ser permanente.

Presentes ao encontro, o coordenador do polo regional de pesquisa (antigo IAPAR) Mateus Azevedo, e o gerente regional de extensão do IDR (ex-Emater), Antonio Souza dos Santos, defenderam o encaminhamento das demandas do setor para que possam focar nas necessidades dos produtores irrigantes e orientar aqueles que querem aderir à tecnologia.

Os participantes da reunião concordaram que a irrigação deve se constituir na grande pauta do Noroeste, embora tenha interesses e reflexos em todo o Estado e que é necessário capacitar técnicos, construir o programa, avaliar alternativas para agilizar o processo, inclusive com parcerias público-privadas (PPP) e ter demandas bem estabelecidas, inclusive com diagnósticos dos principais gargalos do setor.

O trabalho do IDR-Noroeste, segundo garantiu seu coordenador Cristovon Ripol, será fazer uma articulação para criar um ambiente favorável de construção conjunta do programa com a iniciativa privada e até propor, em nível de Estado, a criação um Grupo Executivo de Trabalho, ferramenta que o governo vem usando para viabilizar programas que envolvem mais de uma secretaria.

 

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