Com Patrulha Escolar e PROERD, PM trabalha prevenção às drogas

Publicado em 08 de julho de 2020

Proerd

Além de promover o combate e repressão às drogas, a Polícia Militar do Paraná (PMPR) utiliza duas ferramentas para realizar o trabalho preventivo: a Patrulha Escolar Comunitária (PEC) e o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD). O programa é baseado numa iniciativa americana e foi implantado no Paraná no ano 2000. De lá para cá atendeu mais de 1,6 milhão de crianças das escolas públicas e particulares do Estado. Em 2002, o Proerd chegou ao 8º Batalhão, em Paranavaí.Por um decreto governamental, em 2008 foi criado no âmbito da PMPR o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitário (BPEC) que também absorveu o PROERD. Na área do 8º Batalhão e da Companhia Independente de Loanda são 12 PMs lotados neste Batalhão especializado que, ano passado, atenderam 3.907 alunos de 30 municípios e distritos, incluindo os das comarcas de Nova Esperança, Nova Londrina e Loanda.

O 2º sargento Valdinei Costa da Silva, o mais graduado entre os PMs do BPEC na região, sublinha que os estabelecimentos de ensino são ainda muito visados por traficantes e que “infelizmente” as drogas lícitas e ilícitas estão no meio escolar. Entre as drogas ilícitas, revela que a maconha é a mais presente, depois o cigarro e a bebida alcoólica.

A gravidade do problema, no entanto, não desanima o policial. Ele diz que as ações pedagógicas realizadas pelo BPEC vêm dando resultados. “O PROERD ensina os alunos a se defender”, diz ele, que explica que o programa vai além de combate a drogas. “Os nossos PMs que são educadores sociais abordam vários temas”, acrescenta, concordando que o trabalho pode ser considerado como uma “fábrica de cidadãos”.

Ele conta que é comum as equipes do BPEC serem chamados pelos professores e funcionários das escolas, que, normalmente sentem o cheiro da droga ou por atos de violência e indisciplina. “Costumamos conversar com o aluno que eventualmente cometeu uma infração ou um ato de indisciplina junto com a professora e a diretora. E quando o aluno é chamado para a conversa, ele é orientado a trazer a bolsa. Avisamos que ele passará por uma revista e que também revistaremos sua bolsa. Se encontramos drogas ou arma branca, o que não é incomum, damos voz de apreensão, chamamos os pais, responsáveis ou o Conselho Tutelar”, relata o sargento.

O desacato, a calúnia e a ofensa invariavelmente estão ligadas ao uso de drogas e revela a desestrutura familiar do aluno. “Em mais de 50% dos casos, o problema maior é a falta de uma estrutura familiar”, diz Valdinei Costa.

Com a experiência de quem está desde 2013 no BPEC e de realizar trabalhos nesta área antes da criação do batalhão especializado, o sargento defende políticas públicas ainda mais eficientes para tirar adolescentes e jovens dos caminhos das drogas. Projetos esportivos e escolas de tempo integral são algumas das propostas que tem o apreço do PM.

Além disso, defende uma legislação mais dura em relação ao assunto. Isto porque, um percentual dos menores que causam problemas assim se comportam porque têm certeza da impunidade. “Já tivemos casos de  a criança ir para o Cense (uma unidade que recolhe adolescentes para cumprimento de medidas socioeducativas), voltar para a escola e reincidir”, aponta o policial, dizendo que o mais grave, no entanto, é quando não há a recuperação e o adolescente não sai do caminho do crime. “Já tivemos casos em que atendemos ocorrências quando a pessoa ainda não tinha 18 anos e depois prendemos por delitos. É uma minoria, mas infelizmente alguns a gente vê que não vai conseguir se salvar”, relata, sem esconder que estas situações causam “frustração” no policial do BPEC, que antes de ingressar na unidade “passa por treinamento para fazer a mediação destes conflitos”. Atualmente, nas escolas de formação de soldados os futuros PMs já recebem noções para lidar com estas situações.

Mas, na maioria das vezes, o trabalho envolvendo os três principais atores do processo – família, polícia e escola- dá bons resultados. “Quem passa pelo PROERD dificilmente entra no caminho das drogas. É preciso persistir. Se o nosso trabalho dá certo, os chamados policiais de área têm menos trabalhos”, garante o sargento Valdinei.

 

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JUNHO PARANÁ SEM DROGAS

A pandemia do novo coronavírus, a Covid-19, prejudicou as ações alusivas ao Junho Paraná Sem Drogas, uma iniciativa prevista em lei em que autoridades e lideranças do setor debatem com a comunidade durante o mês as políticas públicas de prevenção ao uso de drogas lícitas e ilícitas. Em Paranavaí, a mobilização é feita através do Conselho Municipal de Politicas Anti Drogas (Comud), que promove palestras e debates sobre o assunto.

O presidente do Comud de Paranavaí, Dante Ramos Júnior, diz que a proliferação do coronavírus e as recomendações das autoridades sanitárias para evitar aglomerações impediu uma ação mais robusta para promover o programa. Ainda assim, o Núcleo Estadual de Políticas sobre Drogas, ligado à Secretaria de Segurança Pública, promoveu lives tratando do assunto. O próprio Dante participou de uma delas em que foi discutida a importância dos conselhos municipais sobre drogas.

Além disso, o presidente do Comud manteve contato com autoridades das policiais civil e militar, do judiciário, sistema público de saúde e comunidades terapêuticas para relembrar do Junho Paraná Sem Drogas. A última visita foi na semana passada ao 8º Batalhão, onde esteve com o sargento Valdinei, falando sobre a importância do BPEC e do PROERD.

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