Santa Casa forma especialistas

Publicado em 17 de fevereiro de 2020

em Clínica Médica, Oftalmologia, Cirurgia Geral,
Pediatria, Anestesia e Ginecologia

Santa-Casa-especilistasA Comissão de Residência Médica (Coreme) da Santa Casa de Paranavaí entregou o título de especialistas a mais de 12 médicos Eles fizeram a residência nas seguintes especialidades: Clínica Médica (3), Oftalmologia (2) Cirurgia Geral (2), Pediatria (2), Anestesiologia (1) e, pela primeira vez formou ginecologistas e Obstetra (2). Com mais esta turma já são 48 especialistas formamos pela Santa Casa, desde que iniciou o programa de Residência Médica no hospital, em 2014. Em 2016 formou-se a primeira turma.

Este ano ingressaram na Residência Médica da Santa Casa mais 14 médicos em busca de especialização. Considerando os profissionais de segundo e terceiro ano, os chamados R2 e R3, circulam diariamente pelo hospital 28 médicos residentes.

A solenidade de entrega dos diplomas aconteceu na noite da última sexta-feira(14) no Harmonia Country Club, com a presença dos médicos preceptores, amigos e familiares dos formandos, diretores e colaboradores da Santa Casa. A cerimônia de formatura foi conduzida pelo presidente da Coreme, Jorge Pelisson.

Ao se dirigir aos formandos, Pelisson os considerou como pessoas especiais. “No momento em que escolheram esta atividade em que a dedicação, responsabilidade, competência, resiliência e amor ao próximo são a essência do exercício da mesma, e, ainda mais, quando decidiram acertadamente aprimorar os conhecimentos e aperfeiçoar as habilidades através da residência médica, os torna muito especiais”.

Ao final de seu pronunciamento, o presidente da Coreme parabenizou os formandos pela conquista e os lembrou que, no exercício da profissão, não devem jamais se esquecer “dos princípios que norteiam, a bioética no relacionamento e nas condutas com os pacientes: beneficência, autonomia e equidade”.

Por sua vez, a representante dos preceptores, a infectologista Gislaine Erédia, da residência em Clínica Médica, disse aos formandos: “a partir de agora vocês são especialistas, especialistas em vidas, especialistas em cuidar do outro”. Citou as circunstâncias que envolvem a residência: insegurança, ansiedade e medo. “Muitas vezes tiveram que caminhar juntos para que os próximos passos pudessem ser dados e que vocês tiveram que fazer em meio a incerteza da vida, porque a morte é certa, a vida é incerta, a fragilidade das vida estava em nossas mãos, algumas nós perdemos pelo caminho, outras nós trouxemos de volta de algum lugar ainda desconhecido. Mas quando decidimos ser médicos, era essa a proposta: dar o melhor de si em conhecimento para cuidar de vidas. (…) A você hoje especialista, você pode ter sido a única luz que seu paciente via dentro dele, quando já estava indo embora. A você, o meu respeito pelo amor e paciência que teve em um momento difícil de nossas vidas”.

CRÍTICO – O discurso mais crítico da noite foi proferido pelo formando Eduardo Toledo Vicentini, que recebeu o título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia e representou sua turma. “Em um país com tantas mazelas, tão massacrado pela corrupção e miséria, nossa profissão, que a tempos era vista com tanto brilho, hoje enfrenta uma grande crise moral, ética e estrutural”, disse ele.

“De um lado – continuou o novo especialista – governos passados realizaram medidas populistas que de nada resolveram: como duplicar em uma década e meia o grande número de escolas médicas, na sua grande maioria, sem nenhuma estrutura para formar bons profissionais. Além disso, trouxeram profissionais de formação duvidosa de outros países para exercer aqui uma medicina que não traz nenhum resultado ao paciente”. E continuou: “Do outro lado, a falta de condições dignas de trabalho que tanto nos assola, muitas vezes gerados pelo mau emprego do dinheiro público e pela corrupção”.

Vicentini dedicou a formatura aos pais, “que se sacrificaram para que tivéssemos as possibilidades quer eles não tiveram”, às esposas, esposos, noivas, noivos, namoradas e namorados, “cuja vida é nossa vida, cujo ideal é nosso ideal” e “alguns de nós, hoje, recebem o olhar admirado dos próprios filhos, cuja formatura queremos assistir, quem sabe daqui a quantos anos”.

Ao final, o representante dos formandos manifestou o desejo que “possamos sempre dar o nosso melhor, trazendo conforto ao doente, o acalento a alma, seja no início ou no final da vida, em um diagnóstico de uma doença grave, incurável ou terminal. Tenho certeza que todos nós vamos continuar lutando pelos nossos pacientes, defendendo nossas especialidades e vivendo a medicina intensamente”.

SANTA CASA – Em nome do hospital se manifestou o diretor-geral administrativo, Héracles Alencar Arrais. Ele destacou que a Santa Casa, embora tenha começado o ano com dificuldades em razão de atrasos em repasses de verbas públicas, “faz parte de um seleto grupo de hospitais filantrópicos brasileiros que está com sua situação financeira equilibrada, goza de prestígio no seio da sociedade e junto ao poder público e tem crédito e credibilidade na comunidade”.

Para ele, esta situação é fruto do trabalho da diretoria, parceria dos médicos e comprometimento dos servidores e destacou outras duas razões para o momento que a Santa Casa vive, bem diferente do começo dos anos 2000, quando quase fechou suas portas: o apoio do Governo do Paraná e o Programa de Residência Médica, que que vem funcionando no hospital desde 2014.

Lembrou que neste período, a Santa Casa, através da Coreme, formou 15 cirurgiões, 10 oftalmologistas, oito pediatras, dois anestesistas, 11 em Clínica Médica, e dois ginecologistas. “Atualmente, cerca de 30 médicos estão fazendo residência na Santa Casa, entre os de primeiro, segundo e terceiro ano. É um pequeno exército que reforça nosso qualificado corpo clínico. Desculpem a falta de modéstia, mas são números robustos para um país em que há falta de médicos generalistas e, especialmente, especialistas”.

Reforçou que o Programa de Residência Médica “não veio apenas para cumprir tabela. Graças a coordenação do Dr. Jorge Pelisson e o Dr. (Antonio Carlos) Aoki, os coordenadores das especialidades e os médicos preceptores, temos uma residência médica de qualidade.  Especialistas formados na Santa Casa estão passando em residências outras especialidades subsequentes de grandes e famosos hospitais com mérito. E outros estão atuando, com muito sucesso, em clínicas e hospitais deste país”.

Arrais citou que fez a distinção “para mostrar o reconhecimento e a gratidão que temos a todos que estão envolvidos na Residência. Vocês ajudam a construir um hospital de excelência, forte, moderno e de referência. Obrigado a equipe da Coreme pela dedicação e parabéns pelo esforço e pelo belíssimo trabalho que desenvolve”. Finalizou desejando sucesso aos formandos: “Vocês se especializaram com uma equipe de alto gabarito. Se espelhem nestes profissionais, que não são apenas de referência técnica, mas de caráter e de humanidade”.

Antes da cerimônia de formatura ser oficialmente aberta, o presidente da Santa Casa, Renato Augusto Platz Guimarães, fez uma saudação a todos os presentes. Ele enalteceu a situação de equilíbrio do hospital e enfatizou que “isto não é, no entanto, uma vitória somente da nossa diretoria. É uma vitória conjunta. Por isso, hoje, minhas breves palavras são de agradecimento”.

Depois de agradecer a todos que contribuem com o hospital, lembrou que “no início dos anos 2000, a Santa Casa era uma usina de problema, hoje faz parte e é a solução. E estamos ampliando a nossa participação no seio da sociedade com a Unidade Morumbi que, se Deus quiser, começa a funcionar ainda este ano. Vamos ampliar leitos hospitalares e de UTI, teremos novas especialidades, será um novo desafio e novas dificuldades. Mas não tememos esta nova fase, porque sabemos que podemos contar com uma equipe de ponta, séria, competente e responsável. É isso que estimula a caminhada e nos dá força para seguir em frente”.

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