Marisa, esposa de Lula, tem morte cerebral

Publicado em 02 de fevereiro de 2017

Do UOL Notícias

A ex-primeira-dama e mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marisa Letícia Lula da Silva, 66, teve morte cerebral nesta quinta-feira (2) em razão de complicações causadas por um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico.
Lula e sua família autorizaram o procedimento de doação de órgãos após constatação de “ausência de fluxo cerebral”. Em post no Facebook, o ex-presidente agradeceu às “manifestações de carinho e solidariedade”.
Marisa estava internada em estado grave no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde 24 de janeiro.
Ela chegou a apresentar uma ligeira melhora na terça-feira (31), e a sedação começou a ser reduzida. Como ela não reagiu bem, voltou a ser sedada.
No dia anterior, os médicos haviam informado, em boletim médico, que a ex-primeira dama tinha tido “trombose venosa profunda” detectada nos membros inferiores. A equipe utilizou um filtro de veia cava para impedir que coágulos se deslocassem para outras regiões do corpo.
Além do filho de seu primeiro casamento, Marcos, adotado por Lula, Marisa deixa os filhos Fábio, Sandro, Luís Cláudio, a enteada Lurian (filha do ex-presidente com uma ex-namorada), e o marido, Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois foram casados por 43 anos.
Origem humilde
Filha de agricultores de ascendência italiana, Marisa nasceu em uma casa de pau-a-pique, no bairro dos Casa, sobrenome de seu avô, que tinha um sítio no interior de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Ainda criança, mudou com a família para o centro da cidade e aos 13 anos passou a trabalhar embalando bombons Alpino na fábrica de chocolates Dulcora. Aos nove, havia sido babá das sobrinhas do pintor Candido Portinari.
Deixou o emprego para casar, aos 19 anos. Seis meses depois, o marido, taxista, foi assassinado a tiros em uma tentativa de assalto, deixando a jovem viúva grávida de quatro meses do seu primeiro filho, Marcos.
Ela conheceu Lula, também viúvo, em 1973, no Sindicato dos Metalúrgicos da cidade. Ele trabalhava no Serviço de Assistência Social do sindicato quando Marisa foi buscar um carimbo para recolher a sua pensão como viúva. Os dois começaram a namorar e casaram-se menos de um ano depois.
Marisa acompanhou Lula desde o início de sua vida política, durante as greves de operários no ABC paulista no fim dos anos 1970 – ele tornou-se presidente do sindicato um ano depois do casamento, em 1975.
Ela foi a responsável por costurar a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores. “Eu tinha um tecido vermelho, italiano, um recorte guardado há muito tempo. Costurei a estrela branca no fundo vermelho. Ficou lindo.” Na época, estampava camisetas com a estrela símbolo da sigla para arrecadar fundos para o partido e chegou a cadastrar as pessoas na rua, buscando convencê-las da importância de montar um partido dos trabalhadores.
Em 1980, em plena ditadura, quando Lula e diversos sindicalistas foram detidos no Dops (Departamento de Ordem Política e Social) devido às greves, liderou uma marcha só com mulheres em protesto pelas prisões políticas. “Hoje parece loucura. Fizemos uma passeata das mulheres em 1980, quando os dirigentes sindicais estavam presos. Encheu de polícia.
Os homens queriam dar apoio, mas dissemos não. Fizemos só com as mulheres, eu de mãos dadas com meus filhos à frente”, lembra em entrevista à Fundação Perseu Abramo, em 2002.
Em 1º de janeiro de 2003, tornou-se primeira-dama após o marido concorrer à Presidência quatro vezes, em 1989, 1994 e 1998. Passou a aparecer mais em palanques ao lado de Lula durante a campanha de 2002.
Junto com o crescimento do PT, Marisa passou por um processo de mudança, sob a orientação do publicitário Duda Mendonça. Ganhou um guarda-roupa novo, em que terninhos ganharam espaço, e um corte de cabelo mais curto.
Enquanto ocupou o Palácio da Alvorada, adotou um comportamento discreto. Uma vez ao ano, organizava festas juninas na Granja do Torto, de propriedade da Presidência, quando participava das danças de quadrilha ao lado do ex-presidente.
Causou polêmica ao ordenar que fossem plantados canteiros de flores vermelhas, em formato de estrela, nos jardins do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto.
Nascida Marisa Letícia Casa, assumiu o sobrenome Silva ao se casar com Lula. Quando o ex-presidente incorporou o apelido a sua assinatura, passou também a assinar Marisa Letícia Lula da Silva. Para o ex-presidente, no entanto, a mulher era apenas “galega”, apelido pelo qual a chamava desde que começaram a namorar, nos anos 1970.
Costumava dizer que foi pai e mãe dos filhos, a quem se dedicou enquanto o marido avançava na vida pública. Cuidava sozinha do apartamento em que a família vivia em São Bernardo.
“É ela quem manda. E ele obedece. Dona Marisa se dedica a Lula e à família inteira. É o alicerce de Lula”, definiu o cardiologista e amigo da família, Roberto Kalil, médico de Lula há 30 anos, em entrevista ao jornal O Globo em 2011, quando o ex-presidente teve a cabeça raspada pela mulher durante o tratamento de câncer contra a laringe a que se submeteu.
Lava Jato
Dona Marisa era ré em uma ação penal, junto com o marido, na Operação Lava Jato. Eles respondem pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht.
Segundo o Ministério Público, Lula recebeu propina da empreiteira Odebrecht por intermédio do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que também virou réu na ação, ao lado do empreiteiro Marcelo Odebrecht, e outras cinco pessoas.
De acordo com a investigação, o dinheiro foi usado para comprar um terreno, que seria usado para a construção de uma sede do Instituto Lula (R$ 12,4 milhões), e um apartamento em frente ao que mora em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo (R$ 504 mil).
A defesa de Lula informou que o ex-presidente aluga o apartamento vizinho ao seu. Além disso, acrescentou que o Instituto Lula funciona no mesmo local há anos e que o petista nunca foi proprietário do terreno em questão.
Segundo os advogados do ex-presidente, a transação seria um “delírio acusatório”.

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7 comentários sobre “Marisa, esposa de Lula, tem morte cerebral

  1. Corvos, vampiros, insensatos e anti-cristãos, se apressaram a debitar a morte de dona Marisa às questões judiciais que envolvem o seu marido.

    Omitiram o aneurisma detectado há dez anos.

    Uma inominável falta de respeito à família, aos amigos.

    A APP-PT, também se porta cafajesticamente ao debitar ao governo a morte da professora – isabelense, ocorrida ontem, durante a distribuição de aulas em colégio de Curitiba.
    Fátima Girelli era hipertensa.

    Perseveram na prática da exibição de cadáver como vítima para influenciar a opinião pública a favor dos seus propósitos.

    Movimentos sindicais, políticos e estudantís, são useiros do costume. Provocam manifestações conduzidas por ativistas profissionais, torcendo que o pior aconteça e que se redunde em denúncias às forças contrárias.

    Em 1968, houve um embate entre universitários cariocas, no bairro do Calabouço. Morreu o estudante Edson Luiz, imediatamente alçado à condição de mártir do anti-golpe.

    Em 1968, em Santa Mônica, então distrito de Santa Isabel do Ivai, um rapaz caiu na frente das rodas de um caminhão durante uma carreata de campanha. Uma ala política, apressou-se a espalhar que ele, nos estertores da morte, fizera o sinal da vitória, com os dedos indicador médio, a marca do partido.

    Em 1972, assisti episódio semelhante em Terra Roxa.

    Como cristão, lamento e de mãos juntas, rogo que Deus Pai acolha em seu regaço, a alma sofrida da irmã em Cristo, Marisa Letícia da Silva. E registro a manifestação de respeito aos filhos, amigos e simpatizantes. Extensiva ao viúvo.

  2. Incrível a capacidade que certa Direita antipetista e anti Professor tem de não perder nunca uma oportunidade de destilar seu ódio classista em qualquer comentário sobre qualquer assunto.

  3. Anti-petista, com muito orgulho e propriedade. Convicto e inarredável.

    Anti-professor, exceptuando-se os não manipulados por uma entidade visível e escrachadamente pelega do PT.

    Pela extinção do Imposto Sindical Obrigatório, instrumento que proporciona o abandono das salas de aulas de uma casta privilegiada aboletada nos gabinetes e salas dos sindicato, as custas das mensalidades afanadas dos associados.

    Cristão, sempre!

    (Porquê o “professor” Drumond? Dando carteirada?

  4. Não sabes que a contribuição sindical da APP é voluntária? Devias saber, já que sabes tanto dela. E, se consideras ‘carteirada’ o uso que faço do título que tenho…

  5. O que esse Parreiras sabe sobre lutas e conquistas da classe trabalhadora, não sabe o que diz, discorre bem com as letras, mas mas se distancia da realidade histórica e perversa que se encontra a categoria do magistério público estadual. O que ele queria APP-PSDB? É só observar quem verdadeiramente defende a Educação Pública na ALEP ou no Congresso Nacional.

  6. …e perversa que se encontra a categoria do magistério público estadual?

    …perverso o depósito, às vezes até antecipado, dos seus vencimentos?

    Me doeu mais, ver reportagem sobre o desemprego de 12.000.000 de brasileiros, afora os que nem tem condições de sair à cata de trabalho.

    Quando o governo do Estado atender toda a pauta de pleitos da APP-PT, dia seguinte, criam outra carência para justificar nova greve.

    Egoísta, não repara o comentarista, a situação geral pela qual passa o Brasil.

    Assim continuando, logo depararemos com placas: DESCULPE O TRANSTORNO – OBRA INTERROMPIDA – PRIORIDADE: ATENDIMENTO AO MAGISTÉRIO.

  7. Não desvia o assunto Parreiras, o Estado tem receita e a APP desmentiu as contas apresentadas pelo Mauro Ricardo e outra, pagar salário é obrigação, principalmente para um governo que fez o ajuste fiscal, aumentou o icms, o ipva etc. Os professores não vão admitir retirada de direitos, e te dou uma dica, sai da internet e vai visitar uma escola, se coloca pelo menos por um minuto na pele de quem trabalha na Educação.

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