TCE-PR defende fusão de municípios

Publicado em 11 de janeiro de 2017

Do UOL NOtícias

Um estudo realizado pelo TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná) propõe fundir os municípios com menos de 5.000 habitantes no Brasil, como “forma de melhorar a prestação dos serviços públicos à população e promover economia de recursos”. O documento foi finalizado em 2015, mas ganhou divulgação pública apenas agora.
Segundo o documento, cidades com população inferior a 5.000 habitantes “tendem a não apresentar condições mínimas para prestar os serviços básicos ao cidadão –como saúde e educação”. Municípios com até 5.000 habitantes são “inviáveis econômica e politicamente”, disse hoje o presidente do TCE, Ivan Bonilha.
“O que esses municípios recebem é inferior à despesa que têm com serviços básicos. Não deveriam ser municípios. Se foram criados, a maioria na década de 1990, se havia sustentabilidade na época, já não existe hoje, com cenário de restrição, enxugamento da máquina e redução de despesas”, defendeu Bonilha.
O Brasil tem, atualmente, 5.570 municípios. Desses, 1.301 possuem menos de 5.000 moradores. No caso específico do Paraná, 96 das 399 localidades estão nessa linha de corte.
“Eles deveriam voltar a ser os distritos que eram antes. Com isso, se deixaria de gastar o dinheiro que se paga para manter estrutura burocrática. Só vereadores, são, por lei, no mínimo, nove em cada um. Há ainda demandas para criar comarcas judiciais, depois fóruns. O Estado é caro”, justificou.
Ele citou, como exemplo, duas pequenas cidades paranaenses: Porto Amazonas (4.755 habitantes, 75 km a oeste de Curitiba) e Miraselva (1.858 habitantes, 352 km a noroeste de Curitiba).
“Em média, manter uma Câmara de Vereadores custa R$ 16,62 por ano para cada paranaense. Mas, em Porto Amazonas, são R$ 53 por morador. Em Miraselva, R$ 135, quase nove vezes mais que a média estadual. É justo?”, questionou.
Como fazer?
Bonilha admitiu que a proposta é ousada e de difícil implementação sob a lei atual –que faculta aos municípios ou distritos a decisão de propor seja uma emancipação ou o caminho inverso. Isso quer dizer, na prática, que a decisão de extinguir a estrutura burocrática passaria por prefeitos e vereadores, diretamente interessados no assunto.
“Acho que é uma discussão possível. Toca de perto a vida do cidadão, que sente a presença –ou a ausência– do governo municipal. Espero propor o debate e chamar a atenção para um tema que está em nossa cara”, afirmou.
“Criar índices objetivos para indicar viabilidade financeira dos municípios, criar janelas facilitadoras e atribuir a prerrogativa de criar, fundir ou reincorporar municípios às Assembleias Legislativas” são caminhos possíveis para que a proposta se torne viável, segundo Bonilha.
“Queremos debater. Não temos autoridade para impor fusão ou incorporação. A legislação sobre isso é federal.”
Ele encaminhou o estudo, em novembro passado, ao TCU (Tribunal de Contas da União), e disse que irá defender que se debata a proposta –inclusive no Congresso Nacional– em reuniões de entidades que reúnem conselheiros de cortes estaduais de contas.
“Já conversei com os ministros [do TCU] Benjamin Zymler e Aroldo Cedraz para ver como [o debate] poderia ser feito”, falou. Oficialmente, porém, Bonilha disse que seu estudo não recebeu qualquer resposta do TCU.
O estudo
“No mínimo metade dos municípios paranaenses tende a apresentar dificuldades estruturais em relação à sua administração pública”, afirma o TCE-PR no estudo.
“A fusão representaria um ganho de escala, com o aumento da população, além da redução de cargos políticos, aumento da poupança dos cofres públicos, maior independência financeira e dinamismo econômico municipal”, afirma o estudo do TCE-PR.
“As evidências indicam que os movimentos emancipatórios, tanto no Brasil quanto no Paraná, não foram equitativamente distribuídos entre as diferentes escalas municipais. Pelo contrário, os movimentos foram concentrados na criação de municípios com baixo contingente populacional”, afirma o documento.
O estudo destaca o FPM (Fundo de Participação dos Municípios), do governo federal, como uma das justificativas para a fusão.”Ao privilegiar excessivamente os municípios de pequena população, o FPM pode ter induzido um comportamento estratégico por parte de muitos municípios, que se subdividiram para elevar suas receitas per capita. Infelizmente, a partir dos exames empreendidos neste trabalho, os resultados comparativos entre o IDHM [Índice de Desenvolvimento Humano dos Município] no âmbito dos 10% de municípios mais populosos e 10% menos populosos do Estado do Paraná robustecem a hipótese de que micro e pequenos municípios são geralmente caracterizados por níveis mais baixos de desenvolvimento humano integrado, tanto em termos absolutos como relativos”, prossegue o texto.
“Não há como se conceber ideia do surgimento de município que não tenha capacidade de arrecadar seus tributos, isto é, que não possua receita própria. (…) Identifica-se sobre a questão da escala municipal um verdadeiro dilema entre, de um lado, democracia e, de outro, eficiência econômica”, argumenta o estudo.

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4 comentários sobre “TCE-PR defende fusão de municípios

  1. e NOVA ALIANÇA DO IVAI que se contarem todos os moradores que lá residem nao passam de 1.000,os demais moram em outros municipios, e assim sendo nao tem condicóes de ter um prefeito (que ganha mais de 9.000 reais), 9 vereadores, l0 secretários, 3 advogados, l5 chefes de secretarias, l0 cargos de confiancá em outros setores, etc… e tal…. ARRECADAÇAO MUNICIPAL… ZERO…!!!! TEM QUE FECHAR A PREFEITURA E PEGAR A CHAVE E JOGAR NO RIO IVAI… kkkkkk

    • Verdade! Nunca entendi como N. Aliança pode ser passada a município algum dia… Certamente que foi algum político populista o autor da proeza. Mas nunca é tarde pra desmanchar aquele ralo de levar dinheiro público, e que bem pode ser anexado a Paranavaí ou Tamboara.

  2. ooohhh N Boy ? agora vc apelou… pertencer a Tamboara kkkkk Tamboara é outro ralo… nao tem condiçoes tbém… bom seria juntar os dois e formar TAMBONOVA KKKKKK

    • Ué, não acho que tenha nada de estranho, caro MORADOR DE N A IVAI.
      Acompanhe meu raciocínio: considerando-se que esses municípios a seguir fazem limites com o município de Nova Aliança (1.433 hab/IBGE 2010 e Pib per capita de R$ 12.711,28), então a meu ver há essas opções de anexação ou vice-versa:

      – Nova Aliança a Tamboara = 21,1 km => População de Tamboara 4.664 hab/IBGE 2010 e PIB per capita/2008/IBGE = R$R$ 8 640,30. Portanto, somando as populações, o novo município ficaria com 6.097 habitantes e com um PIB per capita de R$ 22.060,42 [=> 1.433 hab x R$12.711,68 = R$26.952.838,44 e 4.664 hab x R$8.640,30 = R$ 40.298.359,20. R$26.952.838,44 + R$ 40.298.359,20 ÷ 6.097 hab (1.443 hab + 4.664 hab) = R$ 22.060,42];

      – Nova Aliança a Paraíso do Norte = 16,6 km => População de Paraiso do Norte 11.781 hab/IBGE 2010 e PIB per capita/2008/IBGE = R$ 7.663,30;

      – Nova Aliança a Mirador = 37,0 km => População de Mirador 2.327 hab/IBGE 2010 e PIB per capita/2008/IBGE = R$ 11.315,64;

      – Nova Aliança a Paranavaí = 28,0 km => População de Paranavaí 86.218 hab/IBGE 2010 e PIB per capita/2010/IBGE = R$ 12.904,84.
      E ao final, partindo-se para a solução tanto pela distância como pela somatória dos PIB per capita, na fusão Tamboara/N. Aliança o novo município teria 6.097 habitantes e o seu PIB per capita já começaria com pelo menos R$ 22.060,42.

      Já se, por outro lado, fosse feita uma fusão N. Aliança / Paraíso do Norte, então o novo município nasceria, em tese, com os seguintes números: teria 13.214 habitantes e o seu PIB per capita já começaria com pelo menos R$ 8.871,96.

      Detalhe: em ambos os casos de fusão a Câmara Municipal do novo município continuaria com 9 (nove) Vereadores, conforme determina a Constituição Federal que assim seja nos Municípios de até 15.000 habitantes, e o Fundo de Participação dos Municípios seria readequado, assim como os repasses estaduais referentes a parelas das receitas estaduais, ou seja, 25,0% do ICMS, 50% do IPVA, Fundo de exportação (Paraiso produz álcool e açúcar, produtos de exportação), e a cota-parte do ICMS sobre produtos industrializados de exportação no novo município.

      Viu, MORADOR DE N A IVAI, como a anexação/fusão de Nova Aliança a algum município limítrofe também pequeno não é tão ruim como você imaginou de início? Confira minhas contas e faça as suas, e se tiver alguma coisa errada, volte para a discussão construtiva.

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