MANDIOCA

Publicado em 30 de novembro de 2016

Britânico diz que o Brasil pode aumentar participação no mercado mundial de fécula

Fiman-12O consultor britânico Simon Bentley, economista especialista no mercado mundial de amidos de mandioca e milho, que esteve na semana passada como expositor e palestrante da Feira Internacional de Mandioca (FIMAN), em Paranavaí, manifestou convicção de que o Brasil pode ter uma participação maior no mercado mundial de fécula e outros derivados de mandioca.

Mas advertiu que, para ampliar sua participação no mercado, é preciso que o Brasil aumente sua produtividade de raiz mantendo o mesmo nível entre produção de raiz e industrialização. Na opinião dele, enquanto a indústria vem se desenvolvendo bem, no campo os índices de produtividade ainda são baixos, comprometendo a cadeia produtiva. “O Brasil detém tecnologia e pode rapidamente superar este problema”, analisa ele.
Para Simon, o setor da mandiocultura no Brasil se recente de lideranças para encabeçar ações coordenadas e organizadas em favor de todo o setor. “Pode ser um órgão isolado ou a agregação de vários órgãos” defende ele.
O Brasil é um dos principais exportadores mundiais de milho e açúcar, mas surpreendentemente só é auto-suficiente em sua terceira grande cultura de carboidratos: a mandioca, avalia ele.
Na Tailândia, lembra o consultor, maior exportador mundial de fécula, o governo desenvolve ações de incentivo ao plantio da mandioca para a industrialização e para a estabilização de preço. Diz que no Brasil não necessariamente é o governo que precisa ter esta função, mas alguém precisa se preocupar com isso. Embora admita que o governo pode estimular e regulamentar o plantio de mandioca de acordo com as necessidades da indústria.
Para ele, ações como a FIMAN é um início de uma organização mais efetiva do setor.
CUSTO ESTABILIZADO – O aumento da produtividade da mandioca, na avaliação do consultor britânico, vai promover a estabilização dos custos de produção da fécula brasileira e outros derivados no mercado mundial, que atualmente dá preferência a outros países por conta da oferta de um preço estável.
Simon lembra que o país tem know how para organizar o setor, basta fazer o mesmo que fez com a indústria sucroalcooleira que em alguns anos, passou a produzir o etanol e a indústria a fabricar o carro movido a álcool.
Ele lembra que também países da África estão disputando o mercado mundial, mas o Brasil está muito à frente nesta competição pela sua evolução tecnológica na indústria. Além disso, nos países africanos a mandioca ainda é uma forte cultura de subsistência, enquanto no Brasil o país já produz para a subsistência e para a industrialização. E, embora ainda faltando muito, a produção é mais organizada que no continente africano.
Ademais, as condições brasileiras de plantio são muito superiores aos da Ásia e África, seja pela fertilidade ou pela planície do solo. Ele pergunta: O aumento da demanda de alimentos na África finalmente levará o Brasil a desenvolver essa terceira cultura de carboidratos para exportação?
E lança o desafio: O Brasil pode liderar o desenvolvimento de técnicas de plantio intensivo para a mandioca, da mesma forma que tem para a cana-de-açúcar eo milho?
Dentro da perspectiva de indústrias brasileiras tecnificadas e as condições favoráveis para aumentar a produção da raiz, Bentley admite que, se fosse o caso, investiria no setor mandioqueiro do Brasil, especialmente no setor industrial. “A questão é descobrir quanto investir e qual a melhor para investir”, disse ele.
Indagado se a produção de raiz deveria ser ampliada com o aumento de área plantada ou com o aumento da produtividade, o britânico não hesitou: “plantar mais é decisão individual; aumentar a produtividade é decisão de todos”.
O consultor finalizou dizendo que se, mesmo com preço instável e, na maioria das vezes, acima do praticado por outros países, o mundo está comprando a fécula brasileira, isto significa que o mercado não está pedindo mais fécula brasileira: “o mundo está berrando por mais fécula do país”.

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