Este período pré-eleitoral foi um dos mais intensos da história política de Paranavaí.
Desde o início do processo, como acontece em todos os lugares, candidatos & partidos passaram a vigiar os “movimentos” do prefeito, que, em princípio, como praxe, deveria apoiar um candidato de seu partido.
A partir do momento que Rogério Lorenzetti decidiu apoiar a intenção de quatro de seus secretários, de três partidos diferentes, de concorrer ao cargo de prefeito fervilharam especulações.
A, aparentemente complexa, estratégia de Lorenzetti provocou incertezas, com direito a críticas e até mesmo indignação de muitos, apesar da expectativa e interesse de receber seu apoio.
Para tentar esclarecer um pouco do episódio provocamos o prefeito Rogério a esclarecer as principais dúvidas:

Taturana – Muitas têm sido as especulações envolvendo seu posicionamento em relação às próximas eleições. Qual foi sua verdadeira estratégia ao lançar os nomes de quatro de seus ex-secretários para concorrer à sua sucessão?

Rogério – A intenção era ter um sucessor preparado e com conhecimento para continuar o trabalho que vem sendo feito. A gestão pública mudou muito e necessita de conhecimento e preparo para exercer o cargo de prefeito municipal.

Taturana – Comenta-se que na verdade sua candidata seria a professora Cida Gonçalves e que os demais teriam sido usados apenas como balão de ensaio.

Rogério – Todos foram advertidos que haveria muitas possibilidades, inclusive nenhum participar do processo. Estavam conscientes que teriam que cumprir uma missão, que estava acima das pretensões pessoais de cada um. Infelizmente nenhum logrou êxito, perde a cidade que poderia ter um gestor preparado e com a mesma linha administrativa atual.

Taturana – Que você teria declarado em uma reunião do PMDB que seu candidato na convenção seria Moacir Maciel, mas que ele não seria, de fato, seu candidato a prefeito.

Rogério – No terreno das hipóteses. Adverti a todos desta possibilidade, pois tenho a pretensão de unir a cidade em um projeto de ter um representante na Câmara Federal, teríamos que estudar a melhor estratégia para este objetivo, afinal prefeito teremos um de qualquer forma, mesmo que não seja o ideal, já o deputado federal será um desafio muito importante que necessita de muita união das lideranças locais.

Taturana – Também se comenta que sua intenção seria tirar o Valdir Tetilla da jogada, aprovar o nome do Moacir, que depois renunciaria e você negociaria com o PSDB uma composição com a Cida.

Rogério – Sempre no terreno das hipóteses era uma possibilidade ele ser candidato a vice-prefeito, PDT ou PSDB, dependia da convenção. Sempre fui muito honesto com o partido. Este “sincericídio” pode ter prejudicado o Moacir, mas lançou novas lideranças que poderão postular no futuro, a participação em futuras eleições.

Taturana – Quanto à sua insistência em apoiar a Cida. Que tipo de compromisso assumiu com a Cida?

Rogério – Nosso compromisso, da equipe, é com a cidade. A Cida cumpriria uma missão de servi-la como prefeita, assim como os demais secretários que postulavam a indicação.

Taturana – Porque acha que perdeu a convenção?

Rogério – Não consegui convencer a maioria dos convencionais da importância da estratégia que estávamos adotando, sempre no sentido de dar à cidade uma boa administração.

Taturana – Você tem deixado clara sua intenção de concorrer à Câmara Federal. Comenta-se que o deputado Tião Medeiros teria proposto receber seu apoio agora e apoiá-lo em 2018. É verdade? Porque não aceitou?

Rogério – O apoio do deputado Medeiros será fundamental para elegermos uma representação federal, ele está consciente disso e disposto a ajudar. Não faço “trocas” para me beneficiar politicamente. Busco o melhor para a cidade, só isso. Política, para mim, “não é uma profissão e sim uma missão”, como disse Ruben Alves sobre o sentimento que deve prevalecer ao ocupar um cargo público.

Taturana – Desde que foi iniciado o processo eleitoral, você sempre considerou a possibilidade de não participar da campanha. Qual a possibilidade de isso se confirmar?

Rogério – Grande, hoje estou liberado para isso, pelo resultado das convenções. Permanecer ou não nesta posição vai depender da evolução da campanha, projetos dos candidatos e seu comportamento.

Taturana – Seu posicionamento, ou falta dele, não poderá prejudica-lo em 2018? Se você não apoia, porque deveriam apoiá-lo?

Rogério – A decisão depende de muitas variáveis, se vou postular a candidatura, se haverá espaço para tanto, se o prefeito eleito vai ajudar, e entre outros, se a Região abraça a candidatura. Não é o momento para iniciar este processo em Paranavaí.

Taturana – Porque não apoiaria Maurício Yamakawa?

Rogério – Não acho que seja o melhor nome, terminou muito mal sua administração e tem problemas sérios na justiça. Seria uma aventura e a cidade poderia sofrer as consequências.

Taturana – Sempre ficou clara sua dificuldade de relacionamento com o Pó Royal. Agora que compõem com o PMDB você apoiaria Tetilla?

Rogério – Vamos ver como se desenvolve a campanha, por hora não tenho esta intenção. O vereador Pó Royal acrescentou muito ao candidato Tetilla, não em capacidade administrativa, tendo em vista ser um vereador que ainda não participou do executivo, mas em perspectivas eleitorais, pois tem uma boa intenção de votos que espelha sua participação como candidato a deputado estadual.

Taturana – Apoiaria o Kiq?

Rogério – Não vejo dificuldades para isso, tenho muitos companheiros do seu lado e é um jovem de valor na sua atividade profissional.

Taturana – Se ficar de fora como fica seu posicionamento federal?

Rogério – Não fica, ainda não sou candidato. Isto só será tratado e definido em 2018.

Taturana – Com todo o desgaste que houve no processo você permaneceria no PMDB?

Rogério – Neste momento não estou preocupado com isto. Tenho muitos companheiros no PMDB e alguns adversários também.

Taturana – Como fica seu compromisso partidário?

Rogério – Fica como está, por enquanto não me sinto comprometido com o candidato escolhido em convenção, embora tenha um excelente relacionamento pessoal com ele, pois somos amigos de longa data.

Taturana – A decisão da Cida (PDT) em aliar-se ao PMDB pode leva-lo a integrar-se à campanha do Tetilla?

Rogério – A decisão do PDT foi tomada de forma independente pelo partido, assim como a da Cida. Sou grato a eles pelo companheirismo demonstrado nesta fase do processo eleitoral, mas a minha decisão de neutralidade permanece, pelo menos por enquanto.
por: Taturana’s